Não me surpreende em nada.
Qualquer um que mora no litoral sabe que há várias ilhas e praias cujos acessos são criminosamente impedidos.O artifício é, quase sempre, o mesmo: o bonitão coloca uma rede fajuta na frente da praia e diz que está “criando marisco”. O objetivo, claro, é não deixar ninguém chegar perto. E proibir acesso a praias é proibido por lei.Quem passeia pela orla de Paraty conhece muito bem esse problema. Logo na saída da Baia, depois das marinas, há uma série de mansões na costeira, pertencentes a executivos de emissoras de televisão e de empreiteiras.Ai de quem tenta chegar perto: se você passar pelas redes, certamente não vai conseguir passar pelos rotweillers que os seguranças soltam na praia.
Outro exemplo de apropriação privada de espaços públicos é o Condomínio Laranjeiras, no caminho para Trindade.Depois de impedir, por anos, o acesso de turistas e moradores locais às praias, os ricaços foram obrigados a abrir uma trilha de 1 km no mato.Da última vez que fomos lá, conseguimos entrar sem problema, mas fomos literalmente perseguidos por um segurança.Foi ridículo: um casal com uma filha pequena, andando por uma praia deserta e vigiado de perto por um segurança uniformizado. A situação era tão constrangedora que até avisamos ao sujeito: “Fica tranqüilo, que não vamos roubar nada!” Ele sorriu, sem graça.Enquanto alguns privilegiados tentam monopolizar as belezas da região, outros não se importam em dividi-lo com os outros. É o caso de Amir Klynk, que tem uma casinha numa praia linda chamada Jurumirim, cujo acesso por mar é completamente livre e aberto a todos.
O caso de Luciano Huck só tem uma solução: dar uma banana pras redes, passar por cima dos “obstáculos” e chegar à praia. Quem sabe ele não nos processa por atrapalhar sua criação de mariscos? (veja matéria do UOL aqui)
Escrito por André Barcinski
Pois é, mas nem precisa ir muito longe… No Guarujá várias praias ao longo da estrada Guarujá-Bertioga tem o acesso limitado. Segundo a lei, as praias pertencem ao Serviço de Patrimônio da União e devem ser abertas a qualquer pessoa. Difícil é fazer isto valer na prática…