Neste último sábado dia 26/03 o Programa Antiquário prestou uma homenagem a Mercedes Sosa. Saiba um pouco mais sobre essa mulher Latina incrível.
A Voz dos “sem voz”
Haydée Mercedes Sosa nasceu no dia 09 de julho de 1935 na cidade de San Miguel de Tucumán na Argentina. Mercedes Sosa tinha raízes na música folclórica argentina, Sosa se tornou uma das grandes expoentes do Movimento conhecido como “Nueva Canción”. Foi apelidada de La Negrapelos fãs devido à ascendência ameríndia (no exterior acreditava-se erroneamente que era devido a seus longos cabelos negros), Mercedes Sosa ficou conhecida como a voz dos “sem voz”.
La Negra nasceu no dia da Declaração da Independência da Argentina, e na mesma cidade onde foi assinada, Mercedes sempre foi patriota. Afirmou inúmeras vezes que “pátria só temos uma”. Foi também uma árdua defensora do Pan-americanismo e da integração dos povos da América Latina.
Inicio da Carreira
Em 1959 grava seu primeiro álbum, intitulado La voz de la zafra. Em seguida, uma performance no Festival Folclórico Nacional faz com que se torne conhecida entre os povos indígenas de seu país. Sosa e seu primeiro marido, Manuel Óscar Matus, com quem teve um filho, são peças chave no movimento musical da década de 1960 conhecido como nueva canción. Em 1965 lançou o aclamado Canciones con fundamiento, uma compilação de músicas folclóricas da Argentina. Em 1967 faz uma turnê pelos Estados Unidos e pela Europa e obtém êxito internacional. Em 1970 grava Cantata Sudamericana e Mujeres Argentinas com o compositor Ariel Ramirez e o letrista Felix Luna. Em1971 grava um tributo à cantora e compositora chilena Violeta Parra, ajudando a popularizar a canção “Gracias a la vida”. Mais tarde grava um álbum em homenagem a Atahualpa Yupanqui.
Nos anos seguintes, Sosa interpreta um vasto repertório de estilos latino-americanos, gravando tanto com artistas argentinos como León Gieco, Charly García, Rodolfo Mederos e Fito Páez, quanto com internacionais como Chico Buarque, Milton Nascimento,Caetano Veloso, Gal Costa, Sting, Andrea Bocelli, Luciano Pavarotti, Joan Baez, Silvio Rodríguez e Pablo Milanés.
Ativismo e luta
Sua preocupação sociopolítica refletia-se no repertório que interpretava, tendo sido uma das grandes expoentes da Nueva canción, movimento musical com raízes africanas, cubanas, andinas e espanholas marcado por uma ideologia de rechaço ao imperialismo norte-americano, ao consumismo e às desigualdade sociais.
Após a ascensão da junta militar do general Jorge Videla, que depôs a presidente Isabelita Perón em 1976, a atmosfera na Argentina tornou-se cada vez mais opressiva. Sosa, que era uma conhecida ativista do peronismo de esquerda, foi revistada e presa no palco durante um concerto em La Plata em 1979, assim como seu público. Banida em seu próprio país, ela se refugiou em Paris e depois em Madri. Seu segundo marido morreu um pouco antes do exílio, em 1978.
Sosa retornou à Argentina em 1982, vários meses antes do colapso do regime ditatorial como resultado da fracassada guerra das Malvinas, e deu uma série de shows no Teatro Colón em Buenos Aires, onde convidou muitos colegas jovens para dividir o palco com ela. Um álbum duplo com as gravações dessas performances logo se tornou um sucesso de vendas. Nos anos seguintes, Sosa continuou a fazer turnês pela Argentina e pelo exterior, cantando em lugares como o Lincoln Center, o Carnegie Hall e o Teatro Mogador.O repertório de Sosa continuou a ampliar, tendo gravado um dueto com a sambista Beth Carvalho, intitulado “So le pido a Dios”, cada uma cantando em seu idioma. Em 1981gravou o sucesso “Años” com o cantor cearense Fagner. Seu último álbum, Cantora, traz duetos com artistas que são referência na música latino-americana.
Se vc quiser ouvir como foi este programa clique aqui que contou com Nilza Loschiavo cantando ao vivo