A ONG Camará em São Vicente conhecida por seu trabalho no enfrentamento ao abuso e exploração de crianças e adolescentes, vêm ampliando suas ações no bairro da Vila Margarida. Há dois anos o projeto vem desenvolvendo atividades com jovens e adolescentes em vulnerabilidade social que estejam, ou não, abusando de álcool e outras drogas, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, através do Programa Municipal de DST/AIDS. Os jovens são o foco principal do projeto, pois ainda há poucas ações que utilizam a redução de danos como forma de cuidado e prevenção a doenças sexualmente transmissíveis.
Segundo Wilson Bregochi, coordenador do projeto, “a política de redução de danos consiste em reduzir os prejuízos causados pelo uso abusivo de drogas, teve seu inicio no ano de 1989 em Santos, e visava os usuários de drogas injetáveis. A preocupação do governo local era a alta incidência de casos de usuários de drogas contaminados pelos vírus da AIDS e hepatites. As atividades do projeto consistem em orientação e distribuição de insumos como: camisinhas masculinas, camisinhas femininas e folders, como também a integração com as atividades culturais que acontecem na sede da ONG “.
Redução de danos não pode ser confundida com incentivo ao uso de drogas. A RD contribui, entre outras coisas, para gerar informações adequadas sobre riscos, danos, práticas seguras, saúde, cidadania e direitos, para que as pessoas que usam álcool e outras drogas possam tomar suas decisões, buscar atendimento de saúde e estarem inseridas socialmente em um contexto de garantias de direitos e cidadania.
Apesar de ser uma política nacional de saúde, a sociedade e alguns profissionais de saúde vêem a pratica como um incentivo ao consumo de drogas ilícitas. Alguns equipamentos de saúde do município tem dificuldade no atendimento e tratamento dessas pessoas que, por muitas vezes, se encontram em situação de rua, segundo Wilson “as pessoas acabam tendo raiva do usuário, por terem raiva da droga, e isso dificulta o atendimento em alguns equipamentos de saúde. A burocracia também atrapalha, já que muitos não possuem documentos”.
Hoje o projeto possui verba municipal e conta a parceria dos equipamentos de saúde da Vila Margarida e dos equipamentos especializados de Assistência Social e Saúde que fazem atendimento a população que se encontra em drogatição.