O problema com a falta de coleta de lixo em São Vicente continua causando transtorno à população, e principalmente aos bairros periféricos da cidade que encontram-se em situação de caos, devido a quantidade de lixo que estão abandonados pelas esquinas, calçadas e ruas. O que é preocupante, pois o lixo em céu aberto atrai ratos, baratas mosquitos, moscas… Podendo transmitir doenças como diarreias infecciosas, parasitoses, amebíase, dengue etc. Além de que, quando exposto ao ar num local por muito tempo, o processo de decomposição realizado por bactérias e fungos produz o chorume, que logo após um momento de chuva, se dissolverá junto com substâncias químicas e metais pesados de alta toxicidade contaminando o solo e impedindo o crescimento de plantas.
Em algumas partes da cidade a população está utilizando como solução, queimar o lixo, contudo, a queima de qualquer material libera CO2 (gás carbônico) na atmosfera, gás tóxico em grandes quantidades (o que já acontece devido à emissão por fábricas e carros). Portanto, prejudicial à saúde e ao meio ambiente. Sem contar que todo material (não orgânico) como vidro, madeira, plástico, ferro etc, irá contribuir para obstruir as vias de escoação de água, resultado: alagamentos. Ou seja, o problema do lixo implica numa questão de saúde pública e de meio ambiente, por isso, cabe denúncia no Ministério Público (MP) por causa do risco que as pessoas estão sendo submetidas e cabe também ação direta da população de se organizar, enfrentar e alterar essa lógica de submissão aos administradores públicos.
A Prefeitura desde o ano passado vem dando explicações que não resolveram o problema, o que temos de concreto é uma cidade que chegou num acumulo de lixo, que temos que admitir, resolver este problema será necessário a participação de toda a população. Isso, numa tarefa que talvez não seja de fácil assimilação, sendo que há tempos a comunidade vicentina acostumou-se a delegar suas responsabilidades ao poder público. E este, atrofiou-se nos últimos tempos de tal modo que reflete total inoperância. Cabe agora a população decidir, continuar jogando o lixo pelas ruas, ou agir coletivamente na resolução deste problema, tendo a consciência que a culpa também é sua, (pela passividade) pois, quem administra faz sempre da forma como quer, desrespeitando totalmente a população em seus direitos (quando não cumpre com os seus deveres).
Hoje, São Vicente é só um reflexo do resto do país, onde os governos nada mais são do que máquinas de criar problemas e de moer gente.
A Rádio da Juventude esteve no Centro Comunitário do Saquaré no México 70 e conversou com a Dona Gilda ativista da Pastoral da Criança e uma das coordenadoras do centro comunitário, segundo ela o problema no México 70 é gravíssimo, há lixo não doméstico espalhado por todo o bairro, e em frente ao centro comunitário, onde foi construído um pequeno jardim comunitário pelos moradores, derrepentemente de novembro para cá o jardim transformou-se num grande depósito de lixo, pois, muita gente tentando resolver o seu problema (particular) do lixo, simplesmente foi despejando lixo e mais lixo onde estava o jardim, Gilda acrescenta que vem tentando dialogar com a população sobre a questão, até porque começaram a incinerar o lixo, devido a quantidade, porém, a fumaça criada com a queima vai toda para o centro que desenvolve atividades com pessoas de todas as idades, e certo dia, o fogo e a fumaça eram tantos, que tiveram que mobilizar algumas pessoas para conte-los, pois, o risco era grande, tanto de intoxicação quanto de espalhar o fogo para o centro. Ela disse também que entrou em contato com a Prefeitura, mas até agora nem uma solução foi tomada por parte da mesma, chegou a chamar uma TV local, (Filiada da Record) que compareceu, porém, achou que havia lugares com maiores quantidades de lixo e não deu importância, gravou uma entrevista que até o momento não foi ao ar. Por isso, vem discutindo junto com a comunidade uma forma de resolver o problema, orientando para que as pessoas não joguem o lixo pelas ruas, mas que cobrem do poder público, “pagamos impostos, precisamos nos organizar… e cobrar, cobrar e cobrar“
Segue o áudio com Dona Gilda:
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