Falta de água na cidade de Itu e a política eleitoral e do negócio.

Foto: Web

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Nesta última segunda-feira (22) a população da cidade Itu (interior de SP) foi às ruas reivindicar do poder público para que solucione o problema referente às constantes falta de água que tem ocorrido na cidade desde o mês de fevereiro deste ano, inclusive, uma comissão de moradores organizados têm se reunido com a prefeitura, porém até o momento de prático nada foi resolvido. O estopim foi deflagrado porque alguns bairros da cidade estão ficando até uma semana sem água, com isso as aulas foram suspensas, creches ficaram fechadas e a situação se tornou insustentável. De acordo com informações da prefeitura os reservatórios de água estão trabalhando com 2% de capacidade.

Revoltada, a população foi às ruas. A manifestação foi marcada pelas redes sociais, e o ponto de encontro foi em frente à câmara de vereadores. Em torno de duas mil pessoas compareceram e começaram a atirar ovos e pedras contra o edifício legislativo – daí a resposta da prefeitura de Itu, foi enviar a polícia para reprimir os manifestantes, que em boa parte era composta por senhoras (os) idosas (os), crianças e adolescentes. Como de praxe, a polícia resolveu o ‘problema’ com bombas e balas de borracha. Virou uma praça de guerra, e de acordo com as fotos que se espalharam pela internet, fez lembrar o caso de desocupação na Av. São João, centro de SP, neste último, 16 de setembro.

Foto: R7

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A cidade de Itu vive dias de calamidade, inclusive, esta é uma discussão posta pelo movimento ‘Itu Vai Parar’, para legitimar o pedido de ajuda ao estado e a federação, porém a prefeitura reluta em colocar desta forma, porque de acordo com discussões que surgiram, a cidade ficaria cinco anos sem poder abrir novos condomínios (com piscina), especulação ou não, o problema acirra-se e muitos moradores estão se organizando e financiando caminhão pipa de outras cidades, enquanto outros de bairros mais pobres recorrem às águas de um córrego e de uma mina de água cercada de mato e lixo.

Segundo o Sr Geraldo Alckmin (governador de SP) racionar água é uma irresponsabilidade, não haveria motivos para isso, porém na prática, já estão fazendo, e como é ano de eleição está tentando sufocar de todas as maneiras a discussão. Agora, vale questionar que, toda a região que abrange as cidades de Itu, Sorocaba, Votorantim, Alumínio… Sempre conviveram com racionamento de água devido a quantidade de fabricas que existem na região, por exemplo, na cidade de Sorocaba no bairro do éden, zona industrial da cidade que comporta fábricas como a Pirelli, a água sempre foi um privilégio, para as empresas, porém, nunca se ouviu falar que alguma dessas empresas tivesse que diminuir a produção por falta de chuva.

MAEDAA discussão que existe é sobre a péssima administração das prefeituras, porque os poços e represas dessas empresas são privados, portanto em nada influenciam na falta d’água nos bairros. Será? Mas podemos levantar algumas questões como, por exemplo, a fazenda Maeda de Itu que já foi monocultura de tomate e hoje comporta um dos maiores parques privados do interior e tem uma represa maior do que a que abastece a cidade.

Ou podemos citar que a segunda cidade do estado de São Paulo que mais gasta energia, é a cidade de Alumínio que conta com 17 mil habitantes, mas com a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) uma empresa de alumínio que consome toda a energia e água praticamente equivalente à cidade de São Paulo. De acordo com dados da Secretaria Estadual de Energia, enquanto todas as residências da cidade de São Paulo gastam 11.127.288.780 de KWh (dados de 2010), a área industrial de Alumínio, onde está instalada a CBA, gasta aproximadamente 5,46 bilhões de KWh. Esse consumo é bem superior, por exemplo, ao do município de Sorocaba que totaliza 1,87 bilhão de KWh, distribuídos em: residencial (0,106 bilhão de KWh), rural (0,0074 bilhão de KWh), comercial (0,003 KWh), e iluminação pública, poderes públicos, serviços públicos e consumo próprio (0,140 bilhão KWh). Segundo a CBA, por essa razão, a empresa produz 70% da energia elétrica que consome e acaba de investir R$ 16 milhões em um Centro Operacional do Sistema de Energia.

Ok. Mas diminuir a produção nem pensar…

Enfim, são essas discussões que são importantes e fundamentais de serem questionadas, e que muitos grupos políticos e empresariais irão contrapor com números injetados na economia e com discursos desenvolvimentistas, que, aliás, servem para quem? Afinal, a falta d’ água não é tão somente o resultado da falta de utilização consciente por parte da população, como quer insistentemente nos fazer acreditar os governos, mas de uma lógica capitalista de consumo desenfreado que está destruindo todos os recursos naturais. E vamos colocar aqui, que o Brasil é um país privilegiado com 12% de água doce do mundo disponível em rios e ainda abriga o maior rio em extensão e volume do planeta, o Amazonas. Ainda assim a distribuição de água é irregular, ou seja, a distribuição é desigual, graças aos fatores elencados.

É preciso chamar a atenção que este modelo capitalista de produzir e consumir de modo alienado são os principais fatores pela falta d’ água.

Curiosidade. Alguém por acaso questiona a quantidade de água desperdiçada num Aqua Park?

OBS: Ocorreu outro ato ontem (25) no centro da cidade de Itu, os manifestantes decidiram ir até a sede do partido do prefeito Tuize, e foram recebidos com bombas de gás e balas de borracha, inclusive, por bombas lançadas de dentro da sede do PSD.

O racismo, o machismo e a homofobia nos estádios de futebol.

latuff-violencia-estadiosEstádio de futebol é um dos locais mais preconceituosos que existe. Onde as exposições do machismo, da homofobia, do racismo e da intolerância se fazem presentes e de modo naturalizado. Um local perpetrado pela violência das torcidas e legitimado pelo silêncio da hipocrisia e das quantias milionárias que movem o espetáculo futebolístico.

Quando o goleiro Aranha levantou a voz contra a discriminação racial que estava sofrendo, abriu mais um precedente para uma intensa discussão sobre a questão do racismo internalizado há quinhentos e quatorze anos em nossa sociedade. Mesmo que muitos não aceitem ou não acreditem nisso, racismo existe sim. E ainda não foi resolvido! Do mesmo modo como a homofobia e o machismo – porém estes, a justiça ainda não entende como crimes. Por isso a resposta ao caso de racismo evidenciou também a misoginia da nossa sociedade, e poucas são as vozes que têm coragem de questionar a miopia que se instaurou – graças também a mídia burguesa e calhorda que, num recorte tendencioso, colocou toda a responsabilidade do racismo na conta da torcedora do Grêmio, que foi racista e está respondendo judicialmente. Entretanto, a personificação dela neste caso só atende ao espetáculo, não resolve nada. Pior, escancara o patriarcado existente que, como o racismo, precisa urgentemente ser colocado em discussão. Dados divulgados pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada), 17 mil mulheres foram mortas vítimas de agressões, entre 2009 e 2011. É um óbito a cada hora e meia, em decorrência de conflitos de gênero. Por isso a própria lei Maria da Penha é tratada por muitos com escárnio, juristas inclusive, decorre disso que sua aplicabilidade encontra diversas dificuldades. Ah! Mas não é bem assim… Como não? Se você ainda não viu machismo neste caso, somente o racismo, desculpe, mas você é machista! E como privilegiado não irá querer discutir isso. Mas nós vamos. Machistas, racistas e homofóbicos não passarão “batidos” nesta história.

Uma constatação que a maioria da população brasileira concorda é a de que nossa sociedade é racista. Certo? Porém, todos esses indivíduos se negam a admitir que eles próprios sejam racistas. Isso ocorre devido aos critérios utilizados para classificar “brincadeira” e “coisa séria”. O mesmo pode ser aplicado ao machismo e a homofobia. Hoje em dia vivemos uma proliferação de comediantes que destilam seu preconceito em horário nobre sob a manta da “brincadeira” e da “liberdade de expressão”. Muitos políticos, líderes religiosos e pessoas com grande influência na sociedade fazem o mesmo. Assim, esse tipo de conduta acaba sendo socializada na escola, no trabalho e em todos os meios sociais. As crianças muitas vezes tecem esse tipo de comentário de forma inocente, apenas reproduzindo o que é constantemente convencionado na sociedade ou no seu círculo familiar. O caso de racismo envolvendo torcedores do Grêmio e o goleiro Aranha do clube santista é emblemático. As provocações entre as torcidas sempre tiveram um fundo preconceituoso para humilhar ou ofender os torcedores adversários quando não se podia vencer por meio do futebol. Por isso criou-se o estigma do pó-de-arroz, do bandido, etc.

Constatamos a barbárie quando, nesse caso, ao rebater os gritos racistas de uma torcedora do Grêmio que chamou o goleiro do Santos de macaco, torcedores lançaram mão do machismo para castigá-la, incentivando que um negro deveria estuprá-la como forma de punição. Agora, ela foi a única no campo que teve uma atitude racista? E quem a chamou de vadia, entre outros absurdos, estava certo (a)? E chamar jogador de veado também não é homofobia? Está mais do que na hora de tratarmos tudo isso como crime. São essas questões que precisam ser discutidas com lucidez.

REPÚDIO às atitudes racistas, machistas e homofóbicas!

Camelô morto em SP na ‘Operação Delegada’ é o resultado de uma política de opressão e de exploração do Estado

Foto: Web

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O projeto Operação Delegada foi criado pelo ex-prefeito de SP, Gilberto Kassab (PSD) para combater o comércio informal na cidade de São Paulo, e desde março deste ano, o projeto vem sido estendido a outros municípios do estado com a falácia proposta pelo Sr Geraldo Alckmin (PSDB) (governador de SP), de combater os altos índices de criminalidade, criando operações pontuais em locais considerados de periculosidade. Para isso, foi previsto que seria necessário aumentar o efetivo policial, e deste modo, foi brilhantemente pensado e aprovado pelo governador como solução: dar o direito aos policiais militares trabalharem nos dias de folga num espécie de “bico oficial” onde o estado arca com as horas extras. Segundo o Sr Alckmin, além do combate ao crime, o estado estaria garantindo melhores condições de trabalho ao policial, que poderá receber em torno de R$ R$ 1.500 em um mês pelas horas extras. Na prática, nada mais é que o aumento obrigatório da jornada de trabalho do policial, o que obviamente só irá resultar no aumento de estresse, consequência: uma policia ainda mais violenta.

Outra coisa, referente este projeto, seu objetivo real é banir os trabalhadores informais da cidade, pois não é de hoje que os trabalhadores informais são considerados um problema – e o estado incapaz de criar uma solução justa, acirra ainda mais as condições. Contudo, o trabalho destes ambulantes de rua, apesar de considerado ilegal perante a justiça, é a forma como milhares de pessoas asseguram o pão e o leite, e de modo muito mais honesto comparado ao de políticos profissionais que só criam leis para segregar a população.

Um tiro acidental, um ‘caso isolado’ segundo o prefeito Fernando Haddad (PT).

Foto: Web

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A quantidade de disparo acidental ou por legitima defesa efetuado pela Polícia Militar mata cinco pessoas por dia no Brasil, de acordo com o Relatório Mundial sobre Direitos Humanos, divulgado 21 de janeiro deste ano pela organização não governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW). (disparo acidental ou por legitima defesa são sempre as alegações da PM)

A morte do camelô Carlos Augusto Muniz, 30, na Lapa, SP, nesta última quinta-feira (18) foi exatamente por um policial que estava em Operação Delegada, (trabalhando em dia de folga) e que já matou um morador de rua por legitima defesa, sabiam?

Foto: Web

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Os vídeos que se espalharam pela internet mostram que o policial estava num nível de estresse elevado, ao retirar a pistola do coldre e mantê-la em punho apontando para a população, dá uma ideia de que algo ali poderia acontecer a qualquer momento, aí o camelô noutro nível de estresse, resolve confrontar e tenta tomar o spray de pimenta e acaba por levar um tiro na cabeça.

Foto: Web

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Quem é o responsável pela tragédia? O camelô? O policial? Irresponsabilidade houve de ambos, entretanto, o policial é um soldado treinado para saber agir em situações de conflito, além do mais, quando qualquer policial efetua um disparo, é o Estado que tem a responsabilidade por isso. Não dá para individualizar a questão, até porque a violência policial é uma realidade concreta que tem atingido níveis de violações de direitos humanos que são verdadeiros atentados à democracia – não são simples casos isolados de excessos de autoridade, por isso a discussão em torno da desmilitarização da polícia militar se faz necessária e urgente, pois a única eficácia da polícia hoje é defender o patrimônio privado, reprimir os movimentos de contestação e exterminar a população pobre, ou seja, representa um aparelho repressivo cuja atuação se pauta no uso da violência legítima a serviço do Estado, que há anos mata preto, indígena, sindicalista e trabalhador periférico. Portanto, o caminho para desmilitarizar a Polícia Militar, é mais um longo caminho de luta contra este Estado genocida, verdadeiro responsável por todos os problemas que afligem nosso cotidiano.

Porém, não devemos esquecer que aqueles que defendem este sistema assassino têm nome e sobrenome, partido, posição política e estão sendo coniventes com tudo isso, e podem acreditar, muitos querem o seu voto nestas eleições, e alguns nas próximas.

A Polícia Militar tem que acabar.

OBS: Antes do vídeo ter sido postada na internet a Polícia Militar tinha alegado que o policial agiu em legitima defesa e havia sido ferido em confronto. Com os inúmeros vídeos que desmascararam a mentira, ficou claro, o policial não foi ferido e a morte do camelô foi o resultado de uma ação policial desastrosa. O policial está solto.

Para os magistrados R$ 4 mil de auxílio-moradia. Para o povo a polícia, as bombas, o Choque…

A brutal desocupação em São Paulo tem aval do Estado e de seus representantes

Foto: Jornal a Nova Democracia

Foto: Jornal a Nova Democracia

São Paulo, 16 de setembro de 2014, dia que ficará na memória de muitas pessoas. Dia este, que a segunda maior metrópole da América latina promoveu uma nefasta operação de guerra contra a população pobre, motivo: atender ao pedido de um proprietário pela reintegração de posse de um prédio abandonado há dez anos na Av. São João, no centro da cidade, que estava sendo ocupado há seis meses por cerca de trezentas famílias de sem-teto. (Segundo o movimento Frente de Luta por Moradia (FLM), a ocupação era parte da luta pelo direito à moradia).

Foto: Rede de Informações Anarquistas.

Foto: Rede de Informações Anarquistas.

A reintegração realizada de forma violenta foi mais um episódio em que o Estado brasileiro cumpriu sua função de defender a propriedade privada e varrer a população pobre para os confins, ignorando direitos e passando como um trator por cima de quem se opõe a um estado que não é de direito, e sim de garantias de privilégios a quem detém o poder econômico. A desocupação foi um espetáculo de horror, as fotos publicadas na web por meio de mídias independentes, e por pessoas solidarias com os sem-teto, confirmavam a forma desproporcional e absurda como a polícia agiu, de modo brutal, ignorando totalmente a vida das pessoas.

Foto: Rede de Informações Anarquistas.

Foto: Rede de Informações Anarquistas.

Em torno de 80 pessoas foram presas, duas pessoas foram indiciadas por agressão em policiais militares e uma moça de 19 anos responderá por incêndio. Ao término da noite todas as pessoas presas foram liberadas e o prédio já havia sido totalmente desocupado. De acordo com Silmara Fungo, coordenadora da FLM (Frente de Luta por Moradia) as famílias permaneceram pelas ruas, no momento não ficaram juntas, para evitar o assédio da polícia. A prefeitura disponibilizou uma unidade do Cras (Centro de Referência de Assistência Social) na Sé para as famílias que precisarem de atendimento, porém, os sem-teto se recusaram, pois não querem ser tratados como moradores de rua.

O Estado e seus representantes que não representam o povo

Um absurdo que revela as contradições deste Estado facínora em que vivemos, é que um dia antes da desocupação, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou em decisão liminar (provisória), o pagamento de auxílio-moradia a todos os juízes federais do país, inclusive àqueles que atuam na cidade de origem e que possuem residência própria. O valor será regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com base no valor hoje garantido aos ministros do Supremo que é bagatela de R$ 4.377,73. E vale ressaltar que o salário de um juiz federal é de R$ 29,4 mil. Outro absurdo, é que no Rio de Janeiro na terça-feira (09) foi enviada uma mensagem à Assembleia Legislativa (Alerj) pela desembargadora Leila Mariano, presidente do Tribunal de Justiça (TJ), prevê a concessão de uma bolsa de até R$ 7.250 mensais para financiar a educação de filhos e dependentes de juízes e desembargadores do Rio entre oito e 24 anos de idade.

Foto: Rede de Informações Anarquistas.

Foto: Rede de Informações Anarquistas.

São esses absurdos que evidenciam para quem este sistema funciona, pois essas são as faces de um mesmo Estado – capaz de conceder quantias que privilegiam determinados grupos, ao mesmo tempo em que despeja violentamente pessoas que apenas estão lutando por algo que a Constituição entende como direito social, mas que não é capaz de solucionar: o direito à moradia. Bom lembrar que segundo o senso do IBGE de 2012 a quantidade de imóveis abandonados (que não cumprem função social) principalmente no centro de São Paulo, está em torno de 290 mil (não habitados) para 130 mil famílias que não têm onde morar – ou seja, se existisse vontade política de quem governa em transformar esses imóveis em moradias populares, o déficit habitacional da cidade seria resolvido. Como não há. A ocupação é uma forma de conquista de direito num país onde a política de habitação historicamente sempre privilegiou muito mais o setor imobiliário e da construção civil do que propriamente a população. Onde os projetos governamentais de habitação estão totalmente ligados às políticas econômicas que transformam o direito social da moradia em mera mercadoria.

O que ocorreu neste dia 16 de setembro na metrópole paulistana, considerada o centro financeiro do país é o resultado de uma política de estado excludente, que existe apenas para legitimar interesses do capital financeiro. De modo que o povo pobre quando ousa interferir neste processo, sente na pele toda a força de um sistema ditatorial, antidemocrático e que na prática está se lixando pelos direitos dos excluídos.

Todo apoio a luta dos sem-teto. Organização popular!

OBS: A reintegração era para ter sido realizada no dia 27 de agosto, mas como a Prefeitura no momento não dispunha de carros suficientes para levar os pertences das pessoas que ocupavam o prédio, a data foi adiada, e até o dia 15 de setembro também por não haver acordos entre as partes, foi determinada pela 25ª Vara Cível do Foro Central a reintegração de posse.

Audiência Pública do Transporte Público Municipal de São Vicente. O que é público e o que é privado?

Foto : Rádio da Juventude

Foto : Rádio da Juventude

Ocorreu nesta terça-feira (9) a terceira audiência pública sobre a padronização do sistema de transporte público na cidade de São Vicente. Estiveram presentes representantes do poder público vicentino, e os permissionários do serviço de transportes alternativos, (lotações) além de cidadãos interessados em discutir o serviço. A audiência teve um caráter didático de explicar desde o que era uma licitação, de que modo funcionava e como seria realizado o processo de padronização do serviço, e qual a finalidade de efetivar um serviço de transporte público municipal na cidade, que segundo o Secretário de Transportes Raimundo Oliveira, é uma exigência feita pelo Ministério Público do município.

Foto : Rádio da Juventude

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A audiência foi bastante conturbada e confusa, o poder público pouco esclareceu o que irá acontecer com os trabalhadores que operam o serviço de lotações. Inclusive, o Secretário chegou a dar como resposta: “não tenho palavras” a um permissionário que expôs sua situação de ter comprado no ano passado um carro novo que estará pagando durante dez anos, com isso tem toda uma vida planejada em torno do serviço – fez mudanças, adaptações para melhor atender os usuários, ainda assim, precisa trocar de carro para atender uma padronização, senão será retirado do serviço. E aí? Não ter palavras é resposta? Durante os questionamentos, uma permissionária indagou sobre a legitimidade da Cooperlotação que supostamente seria um conglomerado (Corporação que controla várias empresas) fechado com o governo municipal, por isso não compartilhavam informação. Um representante de umas das Associações disse que discordava do projeto de licitação, em resposta ao Secretário de transporte que de modo incisivo disse que era melhor trabalhar todos juntos do que disputar em quebra de braço.

Foto : Rádio da Juventude

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No geral a audiência transcorreu de modo confuso, uma discussão envolvendo um serviço público que, em nenhum momento os representantes do poder público colocaram a necessidade de tornar realmente público o serviço, com gestão direta e popular. Ou seja, discutir o óbvio: que o serviço público de transporte não é uma mercadoria, mas um direito essencial. O que ficou evidente mais uma vez, foi a disputa política que norteia essas audiências, com a falácia de melhorar o transporte, mas cuja intencionalidade é entregar o serviço público para a iniciativa privada. Quando questionado sobre quem iria financiar a nova frota de carros, o Secretário, Sr Raimundo de Oliveira, simplesmente não respondeu nada! Daí podemos dizer que há muitos problemas no transporte público vicentino, e temos que evidenciar que a atuação de governos antigos e atuais de entregar o que é público à iniciativa privada cria condições extremamente difíceis de resolver em curto prazo, e isso, ocorre exatamente com as lotações, que é um problema, e dos grandes. Fica trabalhador (a) contra trabalhador (a).

Quem vai decidir no final das contas é o governo municipal.

1. Há uma concepção equivocada do que é público, e do é que é privado. E que não é esclarecido nas propostas da prefeitura.
2. Não existe interesse que este sistema mude. Retirar as lotações e colocar outro serviço é cortina de fumaça para enganar a população.
3. A maior parte dos permissionários não está empoderada sobre o serviço que presta.
4. A população não está sendo consultada, e também não está empoderada.

Foto : Rádio da Juventude

Foto : Rádio da Juventude

O que temos é um serviço ruim que precisa melhorar, mas temos que considerar que existem muitas (os) trabalhadoras (os) operando o serviço que não são empresárias (os) enriquecendo. São trabalhadoras (os) garantindo o pão e o leite. (O que não retira o olho no osso que têm esses conglomerados, disfarçados de amigos e representantes dos (as) trabalhadores (as)). E aí para resolver isso, não é nada fácil, ainda mais com discussões rasas que não vislumbram solução nenhuma. É preciso uma intensa discussão envolvendo toda a comunidade vicentina junto com esses trabalhadores, vamos colocar as cartas na mesa, o serviço é público, é necessária gestão popular sim! Vamos ter que resolver de uma forma que fique bom para todo mundo, mas fazendo política de verdade, olho no olho, com as planilhas de contas abertas, nada de amarrações e conchavos políticos, negociatas e que coisas afins.

Foto : Rádio da Juventude

Foto : Rádio da Juventude

Outra coisa: é inaceitável a proposta do grupo fechado entre a Prefeitura e a Cooperlotação – de ficar estudando durante doze meses como será este tal novo transporte, e depois colocar o que é bom e o que é ruim para (os) as usuárias (as) e para as (os) trabalhadoras (os) das lotações. Isso é imposição, totalmente antidemocrático. Esses doze meses devem ser usados para um intenso debate com toda a sociedade vicentina. Aliás, ficou sem resposta na audiência, e foi perguntada, mas o Secretário não respondeu; a seguinte questão: de onde irá sair o dinheiro que irá patrocinar essa padronização da frota, será da iniciativa privada ou dos cofres públicos? Transporte não é mercadoria. Transporte público é um direito.

audiênciaOBS: Ao término deste texto foi publicado no perfil do facebook da Cooperlotação um texto relatando de que modo transcorreu a audiência, no entanto, uma permissionária que fez duros questionamentos, não foi citada no texto, porém, os apontamentos dela foram os mais contundentes, ela quem fez o questionamento sobre a Cooperlotação ser um Conglomerado. O que vale a reflexão, pois, o texto de relato não compreende o que de fato ocorreu na audiência, apenas, “puxa a sardinha” para si, utilizando das vozes dissonantes em seu favor. Além de que a publicação de uma relatoria aberta foi uma das cobranças exigidas pelos permissionários.

Link do texto da Cooperlotação:

Logo mais, disponibilizaremos em vídeo partes da audiência.

Optar por não votar é repudiar a farsa eleitoral! Mas não um fim em si mesmo.

Foto: web

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Independente do nível de consciência política, quando alguém decide por não votar é porque não acredita neste sistema político. Optar por não votar expressa insatisfação, descontentamento e repúdio à farsa deste sistema eleitoral. É uma prática de liberdade e de subversão contra o estado atual, que nos impõe como única alternativa de mudança social: a eleição de representantes políticos – caminho este que tem se mostrado na prática como ineficaz e falido, pois ele não é capaz de corresponder as nossas demandas; não é capaz de garantir justiça, igualdade e liberdade traduzidas em direitos sociais como saúde, educação, transporte, trabalho, entre outros. E nem precisamos fazer uma análise profunda sobre o falecimento dessa lógica organizacional. Todo mundo sabe na prática que para garantir a sobrevivência, temos que encarar uma labuta diária sem esperar que um político venha “adiantar o nosso lado”. A questão que temos que colocar em discussão e prática: é a nossa atuação coletiva para construir outra realidade social, porque o repúdio é apenas o primeiro passo, o segundo é atuar nessa construção.

Se quisermos votar nulo, ou simplesmente não votar, porque todo voto é nulo, perfeito. Mas o exercício pela política além das urnas é a política de atuar no cotidiano construindo o empoderamento popular. Somente deste modo, faremos frente à farsa eleitoreira que aliena o povo e usurpa todos os nossos direitos. E não é um caminho fácil, a correlação de forças é bem desigual. Mas é essa prática que vai semear o futuro livre para todas as pessoas, não é o voto e nem o não voto.

Votar certo, votar errado. Quem te fez acreditar nisso?

Foto-0523Uma ideia bastante equivocada, porém colocada como verdade (quase) absoluta, é dizer que o país não melhora porque o povo vota errado. Uma afirmação tão ingênua quanto maquiavélica – que infelizmente permeia toda a sociedade, não somente por meio do senso comum, como também através de muitos intelectuais que insistem em proliferar que o povo por não ser politizado, acaba contribuindo para eleger corruptos. Essa é uma das análises mais rasas e classistas que existe. Afinal, ela beneficia a quem?

democracia_representativaA crença na representação política é cheia de mitos, na prática, eleger alguém como nosso representante não passa de terceirização de nossas responsabilidades. É colocar nas mãos de alguém decisões que devem ser deliberadas pela população. Não é à toa, que muitos políticos após eleitos, ignoram o compromisso que assumiram, trocam de partido, se aliam com grupos antagônicos, entre outras coisas, que todos nós estamos cansados de saber, mas e aí que fazer? Acaba sempre nos restando ir para as ruas reivindicar; ser surrados pela polícia; criminalizados pelos meios de comunicação e chamados de vândalos; antidemocráticos – porque não respeitamos os candidatos eleitos. E assim funciona a sociedade…

Ah! Mas temos que considerar que existem pessoas honestas e comprometidas com as questões sociais, sim, é verdade. Contudo, acreditar que honestidade e dedicação irão fazer o sistema funcionar, é ilusão! Ainda mais com toda essa teia de relações e práticas espúrias que se instaurou na política, e não nos iludamos! Pois elas fazem parte da essência deste sistema. A própria lógica do sistema é para não funcionar. O sistema capitalista não existe para garantir justiça social, mas sim para garantir lucro. Resultado: uma cultura míope e esvaziada de novas possibilidades de organização política e social, que vive produzindo privilégio e exclusão.

Daí o pensamento (que é ideológico) de colocar toda a responsabilidade nas costas do (a) trabalhador (a) que acorda cedo, enfrenta o transporte público lotado, trabalha de oito a doze horas por dia, não tem o menor tempo livre para sua própria vida, porque o tempo que lhe sobra é de descanso, mas, ainda deste modo, ele (a) é o (a) responsável por toda a canalhice e safadeza política.

Eleições 2014: Todo voto é nulo! Candidatos e partidos representam os interesses da elite.

marco-civil-empresariosMais uma eleição se aproxima e nos perguntamos se devemos exercer o nosso papel de “cidadão” e “patriota” votando naqueles que irão nos explorar por mais quatro anos. A realidade é que para a população trabalhadora o resultado da eleição implicará em:

1) manter as coisas do mesmo jeito que estão ou,

2) Piorar as nossas condições de vida.

Por outro lado, para os bancos e empresários, a vida só melhorou, pois nunca tiveram tanto lucro como agora. Eles financiam as campanhas dos partidos e depois cobram dos vencedores o preço desse financiamento.

O sistema eleitoral é organizado para atender esses interesses e não os da classe trabalhadora. Portanto, votar significa legitimar esse sistema perverso que nos explora. Somente a classe trabalhadora organizada é capaz de inverter essa lógica. Prova disso foi a vitória do Movimento Passe livre que impediu o aumento das tarifas dos transportes públicos e a mobilização dos garis no Rio de Janeiro que arrancou na marra o aumento salarial reivindicado.

Não delegue seu poder de decisão a um político! Não vote, lute!

Transporte público em São Vicente: Um negócio lucrativo!

Foto: Perfil de Cooperlotação

Foto: Perfil de Cooperlotação

Depois de um passeio no dia 08 de agosto pelas montadoras de Van; Apta, Mercedes Benz e Volare em SP, o Prefeito Luiz Cláudio Billi convidou para um café no dia 02 de setembro, representantes dos permissionários do serviço de lotações na cidade. O objetivo foi esclarecer alguns pontos nevrálgicos como, por exemplo, de que modo vai dividir o osso do transporte público na cidade, ironia à parte, o Sr prefeito reafirmou que tem um projeto de renovação da frota, mas que nenhum permissionário será prejudicado com a licitação que será aberta, solenemente disse: “Vocês serão preservados”. Pois, haverá licitação da gestão administrativa das lotações, assim como haverá licitação da permissão do serviço.

Tem caroço nesse angu?

Realmente a novela do transporte público em São Vicente é vergonhosa, como já afirmamos centenas de vezes em outros textos, o transporte é um direito essencial que garante à população o acesso a outros direitos, porém estruturado neste formato mercadológico, a população vai continuar pagando caro e enfrentando transporte lotado.

Hoje 09 de setembro tem audiência pública onde será novamente discutido o projeto de um transporte público na cidade, esta é terceira audiência, onde a quebra de braços entre o Prefeito e os permissionários (e alguns oportunistas) já rendeu bons debates, mas de concreto nada firmou como alternativa viável de um transporte realmente público e de qualidade. Evidente que isso também não seja nenhuma novidade, audiência pública é jogo de cartas marcadas, onde as correlações de forças são testadas para depois terminarem em “acordões”.

O governo municipal

Um dos objetivos apontados pelo prefeito é exatamente dar maior transparência nos custos e atuar de forma direta no controle de gastos, e na cobrança de maior qualidade na prestação do serviço oferecido pela empresa que estiver operando.

A empresa

A Cooperlotação está pressionando pela criação de um órgão gestor do transporte público na cidade, com um projeto elaborado por ela mesma, que apenas trata de questões técnicas e em nenhum momento fala de redução da tarifa, ou maior efetivo nas linhas. O projeto está muito mais ligado às condições técnicas do veículo – que é uma obviedade, já que muitos estão desgastados e possuem problemas nas portas, com isso podem acarretar acidentes – do que apresentar propostas para um transporte público com gestão direta e popular.

Daí, se a população tem interesse num transporte realmente público e de qualidade terá que brigar muito, pois com o andar da carruagem, o interesse real dessa discussão está onde sempre esteve: nos lucros.

Todo voto é nulo! Só a luta muda a realidade!

518642O grito que emergiu das ruas em junho do ano passado não pediu por uma assembleia para eleger representantes políticos. O grito não pediu por uma renovação nas estruturas parlamentares. O grito não pediu para a população se dirigir até uma urna e apertar um botão. O grito não pediu para a população avaliar um programa político partidário e escolher um candidato. O grito não pediu para a população se mobilizar e legitimar um projeto que não é construído pelo povo, e sim por grupos que querem remendar ainda mais essa estrutura democrática estatal falida. O grito não disse: vamos juntos votar melhor e fortalecer um estado popular, ao contrário, junho questionou exatamente tudo isso; as estruturas hierárquicas, estatais, a democracia representativa, a política do negócio, dos conchavos e das cooptações.

774447_483200238439569_366960714_oJunho mostrou na prática que é na ação direta, combativa e coletiva que se conquista direitos. Que toda transformação social necessária só será conquistada com luta e com a demolição da lógica representativa, estatal e hierárquica de poder. Junho colocou em debate as instâncias de poder. Para que elas existem? A quem elas servem? Junho colocou a reflexão que, é preciso construir um poder horizontal, solidário e combativo – realmente popular. Chega deste poder que esta nas mãos de grupo políticos e econômicos, cujos interesses passam longe de empoderamento popular.

A surdez e a ignorância da classe política partidária são propositais. 

Não houve nenhuma resposta concreta dos governos, seja de qual for a esfera a que ele pertença. Todos nós continuamos reféns das duras labutas diárias para manter a sobrevivência, enquanto o dinheiro público financia incessantemente as corporações e boa parte dos partidos que estão no poder.

A resposta política do governo e de quem está disputando esta forma de governo que está posta, é deturpada em relação às manifestações de junho, exatamente porque existe uma disputa de poder e pela consciência da classe trabalhadora com intuito de controlar e conduzir as massas de acordo com seus interesses, afinal, não é pela autonomia (marca registrada das manifestações) do povo que estes grupos institucionalizados lutam, mas sim por uma forma de poder que não difere em nada do modelo que está colocado, apesar de pintarem de cores lindas e populares.

A corrida eleitoral

Nos debates dos presidenciáveis, por exemplo, nenhum deles fala sobre o empoderamento popular como a mais importante forma de transformação da realidade, alguns falam em aumentar mecanismos de participação popular, porém, a maioria destes mecanismos só reforça e legitima o poder de um determinado grupo político. O que é apresentado nestes debates é somente balela eleitoreira, não há uma voz dissidente propondo uma nova forma de organização social radical, e isto, obviamente não veremos, pois, a corrida eleitoral é um espetáculo midiático de sorrisos e dissimulações políticas, onde cada um vende seu peixe, uns de modo escancarado mostrando a quem serve, e outros tentando persuadir ou surfar sobre as lutas que vieram das ruas. Por isso, como propõe a outra campanha: todo voto é nulo! Só a luta coletiva e horizontal transforma a realidade.

O voto é a forma como delegamos nossas responsabilidades nas mãos de quem não fará nada por nós.

Rádio feira e a Comunicação popular

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

A rádio feira é uma atividade realizada na feira da livre da Vila Margarida – SV, com intuito de produzir uma comunicação direta de povo para o povo, e com o povo participando e se apropriando dessa ferramenta chamada comunicação, de modo, a produzir coletivamente (grupo de comunicação da rádio e quem “cola” e quer participar) questionamentos sobre a realidade do bairro, da cidade e da vida. Por isso é um espaço aberto de interação e produção de ideias e de cultura, onde as pessoas podem falar, onde os artistas locais podem apresentar sua arte, tudo isso, sem ter que atender a uma determinada imposição, norma ou pagar um jabá.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

A rádio feira é este momento em que as barreiras são quebradas e a população ganha voz, empoderamento e compartilha saber, seja de crítica social, ou não. Numa sociedade que silencia a todos por meio de regras e ordens feitas para controlar, escravizar e excluir, se sentir visibilizado às vezes pode significar muito, mesmo num espaço curto de tempo. Portanto, é neste momento que a comunicação popular ganha sentido “real”, quando ela subverte a lógica vertical e homogênea, e torna-se um espaço realmente aberto e horizontal que busca estimular a ressignificação da vida em sociedade, de modo que todas as pessoas tenham o direito de participar deste processo.

Viva a rádio Feira!!!

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Vídeos:

Manifestação contra a privatização em Santos. Saúde não é mercadoria!

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Quem passou na quinta-feira do dia 21 de agosto pela Praça Mauá em Santos pôde conferir uma manifestação contra o desmonte dos serviços públicos que vem sendo arquitetado pelo governo municipal sobre o comando do Sr Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), prefeito de Santos, e com a conivência da maior parte dos vereadores da cidade que com a falácia de uma suposta eficiência na prestação de serviço, colocam em andamento um processo de desmonte dos serviços públicos na cidade – os colocando nas mãos de Organizações Sociais (as famosas OS) que disfarçadas de instituições do setor privado, sem fins lucrativos, atuam em parceria formal com o Estado, usurpando quantias enormes de dinheiro público e sucateando cada vez mais direitos essenciais da população. Inúmeros são os casos de denúncias dessas Instituições, envolvendo irregularidades, corrupção, entre outras coisas.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Puxado pela Frente em Defesa dos Serviços Públicos, Estatais e de Qualidade, o ato contou com o apoio de diversas organizações de luta: movimento de moradia, de saúde, sindicatos e partidos. Segundo a Frente o primeiro serviço público a ser entregue será o Hospital da Zona Noroeste, um hospital que já tem inúmeros problemas, principalmente em relação à falta de médicos. Com a privatização o processo de precarização do serviço prestado a população irá acirrar-se ainda mais.

OBS: Na sexta-feira (22) a Frente fez uma intensa panfletagem pela zona noroeste dialogando com a população sobre a situação, e disseram que irão panfletar por toda a cidade, convidando a população a participar deste debate.

Fotos aqui

Primeira Feira Anarquista da Baixada Santista

Em 23 de agosto de 2014 a antiga “Barcelona Brasileira” recebeu a Primeira Feira Anarquista da Baixada Santista. No dia que completou 87 anos do assassinato dos anarquistas Sacco & Vanzetti, muitas reflexões sobre a violência do Estado no ontem e no hoje foram levantadas, situações concretas foram denunciadas e o anseio por mudança compartilhados entre compas.

Em um local de rearticulação do movimento Anarquista, a exitosa Feira, resultado de uma esforço coletivo, vem como um fôlego para seguir na construção de um novo mundo, desde as lutas cotidianas, nos “trabalhos de formiga”. O sentimento de solidariedade e apoio mútuo entre os coletivos de diversos lugares, através do encontro, prosas, olhares e abraços, nos faz perceber que não estamos sós nas inquietações e nas lutas.

A atividade aconteceu na Vila do Teatro, espaço ocupado e organizado pelo Movimento Teatral ao lado da rodoviária de Santos, o que facilitou muito a participação de compas de outras regiões, principalmente São Paulo. A infraestrutura do local também foi determinante para a organização do evento. Continue lendo

Mídia burguesa: A corrida pelo furo de reportagem e a repetição do vazio

cameraman-photographers-andA especulação em torno de uma tragédia por parte dos meios de comunicação burgueses revela uma mídia que precisa ser repensada, ou mesmo sepultada. A queda da aeronave na cidade de Santos nesta última quarta-feira é um belo exemplo para refletirmos sobre essa realidade. Por exemplo, a quantidade de meios de comunicação que ficaram pedindo (pelas redes sociais) informações sobre o acidente e solicitando fotos, vídeos e relatos, além de profissionais desesperados dizendo: estou correndo lá, me procurem, sou fulano de tal e blábláblá – foi infindável e dá uma ideia em como a mídia e parte destes profissionais, não só possuem uma tendência sensacionalista como também escatológica. Uma coisa é produzir conteúdo, insumo que possa contribuir para compreendermos um fato. Outra é gastar tempo especulando, como os meios de comunicação que foram no local um dia depois para gravar e fotografar os destroços (entre outras coisas) e mostrar que a aeronave, era uma aeronave.

Não é a toa que quase toda a mídia que compareceu no local no dia do acidente, caiu na lorota do cidadão que deu a entrevista dizendo que havia muitas pessoas mortas, crianças, idosos, e que, inclusive, viu o corpo do presidenciável e chegou a abrir os olhos dele. Piada? Não. O relato foi parar em rede nacional e muitas emissoras ao perceberem a gafe, tiveram que se explicar, mas claro, delegando a responsabilidade ao cidadão que inventou as mentiras. Mas, somente ele era o responsável por tal absurdo? Ou será que de algum modo, a mídia contribui para estimular a criação de personagens e histórias falsas que se misturam a realidade e se tornam verdades?

31.05-CinegrafistaCabe à reflexão, afinal, como a mídia cai numa armadilha dessas? Correria do momento? Pode ser, mas a realidade é que a mídia quer tanto o furo de reportagem, que termina por não apurar nada, daí atropela todo o processo investigativo e vai colocando em fôrma notícias truncadas e superficiais, a questão ética então, passa longe. E neste ponto, o rapaz foi perfeito, colocou em xeque a credibilidade da mídia e a sua elaboração precária e prepotente, que produz como quer e ainda se acha a “rainha da cocada preta”. Quem acompanhou os noticiários pela televisão, por exemplo, pôde perceber o quanto os profissionais estavam perdidos, “mais que cego em tiroteio” – e quando a informação de que Eduardo Campos estava no avião surgiu, aí virou uma salada de informações e a pauta em torno do candidato se repetia num frenesi insano.

A exploração de uma tragédia

A comunicação é um negócio lucrativo quando tem tragédia, principalmente quando inclui gente famosa que está em evidência – todo mundo sabe, ninguém é bobo, nem o oportunista de momento e nem o intelectual que quer sair à frente fazendo análise. Por isso, a quantidade de textos que brotam com a foto do falecido presidenciável Eduardo Campos revela que há mais interesse em aumentar o fluxo de leitores (leitor = $$$) do que em produzir material realmente colaborativo para as discussões sociais. Primeiro porque não morreu apenas uma pessoa, segundo que a morte resguarda um tempo de silêncio a família, aos amigos e a memória do falecido, porém não santifica ninguém. Pra quem não sabe, Eduardo Campos no campo político liderou fraude aos cofres públicos num esquema que provocou prejuízos de R$ 3 bilhões aos cofres públicos. Só em Pernambuco foi um rombo de R$ 480 milhões. (pesquisem a respeito)

No entanto, as condolências políticas/partidárias vão se transformando em condecorações absurdas. Ora, transformar em herói e estadista brasileiro, um político habilidoso na arte da politicagem, que está envolvido em casos de corrupção, é demais! (claro que não é novidade, vindo da classe política que disputa poder) mas, na medida em que as especulações da mídia aumentam (construindo histórias e reafirmando o bom político), a legitimação de uma mentira se torna uma verdade, e poucas são às pessoas que ousam questioná-la, daí, mais uma vez a história sendo construída de forma deturpada, mais uma vez a criação e a glorificação de falsos heróis, (como se precisássemos deles) e isso, na linha da história só tem prejudicado a classe trabalhadora. Portanto, é muito problemático quando os meios de comunicação que exercem influência sobre a sociedade se tornam aparatos de reafirmação de uma farsa. Uma farsa que só contribui para afundar a todos num estado de letargia e miopia coletiva, numa alienação social sem limites.

De que adianta nos debruçarmos em teorias de como irá ficar a corrida eleitoral, e qual será o candidato com mais chance de vencer a disputa? Se o jogo político/partidário eleitoral está armado para o povo perder. Primeiro: que já foi decidido que o governo ficará nas mãos de algum dos três candidatos entre o PT, PSDB e PSB. Todos os outros presidenciáveis são ignorados e tratados simplesmente como se não existissem. (este é só um exemplo de nossa democracia). Segundo: dentre estes três partidos, todos sem exceção, receberam milhões da iniciativa privada, alguém acredita que ao assumir o governo irão trabalhar para a população? Terceiro: toda a estrutura funcional deste sistema está entrelaçada ao capital, além de ser uma política de arranjos e conchavos – mesmo que os presidenciáveis negligenciados tivessem voz e viessem a ganhar a eleição – o que fariam na atual realidade? Dificilmente arranhariam a blindagem dessa estrutura. Mudanças concretas para ocorrer precisa de organização, e só podem ser construídas pelo povo. Agora, a mídia traz essa discussão? Problematiza? Não. Seus interesses são outros, e sua função social é apenas manter tudo como está.

É preciso pensar outra comunicação, outros meios, estes que estão postos, servem ao capital, a lógica de produção não irá mudar.

Túnel Santos/Guarujá uma obra com orçamento que não para de $$$$$

A construção do túnel submerso que interligará as cidades de Santos e Guarujá está se tornando um negócio muito lucrativo, onde a especulação em torno da obra é absurda, pois, os números não param de subir. Inicialmente a obra foi orçada em R$ 1,3 bilhão – estimativa apresentada em março de 2012 pela DERSA (Desenvolvimento Rodoviário S/A) responsável pelo gerenciamento da obra. Em setembro de 2013 o Governador Geraldo Alckmin disse que o valor chegaria a R$ 2,4 bilhões, sendo que R$ 962 milhões seriam destinados especificamente à construção do túnel. O restante utilizado para obras viárias em Santos e no Guarujá e para desapropriações e reassentamentos.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Fevereiro deste ano em Audiência Pública a DERSA confirmou tal valor – em julho por motivos que de acordo com a empresa, o Comitê de Gestão do Banco Interamericano de Desenvolvimento, (que seria responsável pelo financiamento) não aprovou uma das cláusulas de formação de consórcios – com isso, todo o processo de licitação teve que ser reiniciado.

Daí, nesta terça-feira (6) após audiência com empresas interessadas no processo licitatório, a DERSA apresentou novamente o projeto desenvolvido junto com técnicos da empresa holandesa Royal Haskoning, e deu a notícia que o projeto da obra aumentou o valor para 2,8 bilhões de reais. Pois é… Incrível a especulação em torno deste túnel, e como tudo vira negócio. Bom lembrar, que no meio deste negócio, até agora, a resposta referente as remoções das famílias nas cidades de Santos (em torno de 300) e do Guarujá (1224) não foi dada, poucas são as informações a respeito, o poder público simplesmente ignora, e de certa forma vence pelo cansaço e pela desmobilização, uma vez e outra, puxa reunião com os moradores organizados para conversar e nada de concreto é apresentado, apenas a sugestão da construção de um conjunto habitacional – a velha tática política de ganhar tempo.

OBS: O processo licitatório das obras seguida da publicação do edital de pré-qualificação sairá no próximo dia 27 de agosto, a previsão para inicio das obras será em janeiro de 2015. Era para ter iniciada em julho, porém, o atraso é devido o calendário eleitoral e a mudança de financiador da obra, que não será mais pelo BID Banco Interamericano de Desenvolvimento, segundo o Governador Alckmin a verba provavelmente será do BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) Ou seja, dinheiro da federação, será que vão liberar?

Quem manda no transporte público em São Vicente?

Foto: Perfil de Cooperlotação

Foto: Perfil de Cooperlotação

No dia 08 de agosto, o prefeito de São Vicente, Luiz Claudio Billi foi para São Paulo, acompanhado de representantes do “transporte público” vicentino, as lotações, para conferir modelos e propostas para a modernização e padronização da frota do transporte. Circularam por quatro montadoras: Apta, Mercedes Benz e Volare, contando também com a presença do vereador Eronaldo José de Oliveira¹, o Ferrugem, ex-diretor do Sindicato dos Rodoviários².

Durante o passeio, houve pausa para fotos e postagens no facebook pelo perfil da Cooperlotação, que até algum tempo atrás esperneava e destilava críticas ao governo municipal, por propor a implantação de um serviço público municipal de transportes na cidade gerenciado pela prefeitura – inclusive, chegou a pronunciar publicamente que, se a licitação de contratação de transporte público fosse aberta, iam entrar na justiça para cancelar.

320086_222056441184230_100001396260264_627501_1812275990_nMas como o serviço público de transporte é tratado como negócio (bem lucrativo!), e ninguém quer “largar o osso”, os discursos se esvaziam rapidamente. Afinal, o que tanto a Prefeitura quanto a Cooperlotação estão interessadas é no controle dos lucros do serviço. Questões como qualidade aos passageiros são cortina de fumaça para escamotear os verdadeiros interesses que existem por trás deste serviço.

Foto: Perfil de Cooperlotação

Foto: Perfil de Cooperlotação

Acrescentamos ainda a disputa dessa correlação de forças, entre Prefeitura e Cooperlotação. Porque não sejamos ingênuos, a Cooperlotação representa uma força política e econômica na cidade, que se julga dona do serviço público que presta, e sob o manto da defesa dos direitos de trabalhadores que operam nas lotações, bravateia aos quatro ventos contra a Prefeitura. Não é à toa que ela está pressionando pela criação de um órgão gestor do transporte público na cidade, com um projeto elaborado por ela mesma, que apenas trata de questões técnicas e em nenhum momento fala de redução da tarifa, ou maior efetivo nas linhas. O projeto está muito mais ligado às condições técnicas do veículo – que é uma obviedade, já que muitos estão desgastados e possuem problemas nas portas, com isso podem acarretar acidentes – do que apresentar propostas para um transporte público de verdade. Resumindo: é somente uma empresa apresentando sua proposta de trabalho. Daí, o sr prefeito, que também não é bobo, lançou o convite: “Bora dar um passeio e namorar uns carros novos”. Portanto, o desdobrar dessa disputa de modo algum irá beneficiar a população.

Hoje, o modelo de transporte público municipal é permissionário, ou seja, as lotações possuem uma permissão para prestar o serviço, e pagam à Prefeitura uma quantia determinada de imposto. O gerenciamento é feito pela Cooperlotação, representante das sete associações que existem na cidade.

A Prefeitura quer um novo modelo, por meio de uma licitação contratar uma empresa para gerenciar o sistema de transporte com a integração ao SIM – Sistema Integrado Metropolitano. O objetivo é dar maior transparência nos custos e atuar de forma direta no controle de gastos, e na cobrança de maior qualidade na prestação do serviço oferecido pela empresa que estiver operando. (Bonito isso, né? Seria, se não fosse balela!)

Ousamos dizer, no que diz respeito à qualidade do transporte, o custo, a mobilidade, o tempo de espera nos pontos, infelizmente, dificilmente algo irá mudar, até porque não há discussão “real” da construção de um transporte público de verdade em São Vicente. Não citaremos nem a questão da gratuidade, seria querer muito de quem apenas entende direitos sociais como mercadoria.

Por um mundo sem catracas!

1.         O vereador Ferrugem, em 2009 foi um dos acusados pela Polícia Federal de participação em um esquema de fraude na concessão de pelo menos 130 benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, que teriam onerado os cofres do INSS em cerca de R$ 3,5 milhões. O esquema fraudulento foi apontado pela PF como o maior já cometido contra a Previdência Social. Em 2012, o vereador foi reeleito.

2.         A Baixada Santista é a única região do país onde se extinguiu a profissão de cobrador, (o que garante ainda mais o enriquecimento da empresa que presta o serviço), com isso os motoristas têm que cumprir dupla função, e são muitos os casos de afastamento por estresse, devido às longas jornadas de trabalho. Neste sentido, o Sindicato dos Rodoviários se revela incapaz de defender a categoria.

São Vicente: Professores em luta por direitos!

Foto: Do Perfil de Flavio Viana

Foto: Do Perfil de Flavio Viana

Cerca de cinquenta professores estiveram na Câmara Municipal de São Vicente nesta quinta-feira (07) para reivindicar vagas em concurso público realizado em 2012 pela Prefeitura Municipal de São Vicente. Pois, segundo informações divulgadas pela Prefeitura, está sendo realizado o estudo de um novo concurso.

A comissão de professores organizados esteve em reunião com A SEDUC (Secretaria de Educação) no período da tarde desta mesma quinta-feira e saíram da reunião apenas com a confirmação de que não há nada definido, porém, existe sim, a possibilidade de acontecer um novo concurso, daí não está claro o que ocorrerá com os professores que foram classificados no concurso anterior.

Durante a noite a comissão foi à Câmara Municipal pressionar o legislativo, que se disponibilizou a solicitar audiência com o Prefeito Luiz Claudio Billi, para propor prorrogação da validade do concurso, ao contrário, de abrir novo. (mais informações neste link com a nota dos professores).

De fato, o justo seria convocar os professores e empossá-los, que não são poucos, quase 700. Por que não fazem isso? Falta de interesse, ou concurso virou negócio? Jogada política. Enfim… Todo mundo sabe, não é novidade, que a profissão de professor nas últimas décadas tem sido sucateada, na verdade, demolida! E, diante dos olhos de toda a sociedade, não há nem respeito e nem solidariedade com estes profissionais.

As condições de trabalho que os professores estão sujeitos nas escolas públicas são precárias; salas de aulas superlotadas, falta de estrutura física, falta de tempo para aprimora-se, falta de tempo para planejar as aulas, submetidos a relatórios inúteis que precisam cumprir, enquanto o planejamento de aula e o aprimoramento pessoal se tornam cada vez mais mecânicos e esvaziados de conteúdo. E não por responsabilidade deles, mas por causa de administrações burocratas que estão mais preocupadas em apresentar números.

Para piorar, as Prefeituras com a justificativa de enxugar gastos (aumentam na verdade) não contratam professores concursados para preencher vaga, trabalham com uma parcela de profissionais dentro do “esquema” de “professor eventual”, e isso, somente acirra ainda mais o problema da precarização do trabalho, por exemplo, um professor eventual para compor um salário, tem que entrar num esquema perverso de competição de aula, além da correria de ter que estar numa escola, ou num horário diferente todos os dias para dar aula, e muitas vezes, lecionar uma matéria qual não é especializado.

Resultado: há sempre vagas a preencher, principalmente no período noturno de áreas periféricas, pois, há também a questão da segurança, em que professores preferem não dar aula em determinados locais, devido, o risco de assaltos, que, inclusive, há casos dentro da própria escola. Citamos como exemplo, o Colégio Pinho Rodrigues na Vila Margarida, que diversas vezes foi assaltado e professores tiveram seus pertences subtraídos. Portanto, eis a justificativa porque tantos profissionais se afastam por estresse, pois os caminhos são estes: ou enfrentam as condições precárias, ou mudam de profissão, ou buscam uma escola particular para ter um mínimo de instabilidade econômica.

A precarização das condições de trabalho dos professores reflete no sucateamento da educação e consequentemente na formação de cidadãos apáticos socialmente.