Cleóbulo OCUPADO: Façamos nós por nossas mãos!

A Escola Estadual Cleóbulo Amazonas Duarte (C.A.D.) é mais uma da lista das sucateadas e que segue em processo de fechamento. Isso é, melhor dizendo, seguia em processo de sucateamento e fechamento pois desde quinta-feira, 19, quando estudantes a ocuparam contra a “reorganização escolar” (ou “desorganização escolar”), a escola vem ganhando melhorias estruturais e pedagógicas através de mutirões, oficinas: esportivas; culturais; educativas, biblioteca, cozinha comunitária, enfim, um ambiente onde a democracia direta, através das assembleias, a autogestão, o apoio mutuo, a horizontalidade, dentre outros princípios que contrariam a “ordem e progresso” apresentam seu exemplar funcionamento através da prática.

Acompanhem as atividade e informações através do canal oficial da ocupação:
https://www.facebook.com/naofechenossasescolasbs/
https://www.facebook.com/hashtag/cleobuloocupado

Ou colem na Ocupação:
Endereço: R. Dr. Guedes Coelho, 107 – Encruzilhada, Santos – SP

Façamos nós por nossas mãos!

Viva as Escolas Ocupadas!

Contra a (des)organização escolar!

 

Polícia apreende bicicletas de jovens sob abuso de autoridade!!!

Mais uma vez a lei é usada para oprimir a população de periferia, dessa vez em São Vicente. Viaturas da Polícia Militar abordaram um grupo de jovens que estavam em uma calçada da rua Eduardo Dias Coelho, na Cidade Náutica. Após fazer a vistoria de documentos e perceber que não portavam drogas ilícitas, os policiais se utilizaram da lei municipal 225A, complementada pelo decreto 463-*A, para apreender as bicicletas dos jovens. A alegação foi que estavam trafegando na calçada e não portavam equipamentos obrigatórios. Para retirar as suas bicicletas, terão que pagar, cada um, uma multa de R$ 53,00.

Minutos antes da abordagem, os jovens comemoravam um aniversário

Minutos antes da abordagem, os jovens comemoravam um aniversário

Segundo informações, os jovens comemoravam o aniversário de um amigo, quando foi feita a abordagem em uma praça ao lado da maré. Cerca de 12 jovens, todos homens e a maioria negros, foram revistados e tiveram seus documentos revisados. No entanto, além da revista, os policiais apreenderam as bicicletas. Ao questionar a atitude dos policiais, as justificativas foram as mais absurdas: bicicleta não estacionada corretamente, trafegar na calçada (sendo que estavam parados ao redor de uma mesa de concreto), falta de retrovisor e outros equipamentos. Isso depois que as bicicletas já estavam nos porta-malas das viaturas. Se não houvesse questionamento dos jovens, teriam levado as bicicletas sem dar a mínima satisfação.

As bicicletas foram levadas no porta malas das viaturas policiais

As bicicletas foram levadas no porta malas das viaturas policiais

Um dos jovens, indignado com a situação, resolveu tirar uma foto de uma das viaturas com as bicicletas no porta malas. Ao perceber, um dos policiais deu um soco no peito do jovem e só não continuou a agressão devido a confusão e gritaria que se armou nesse momento. Outro jovem quase foi arrastado ao tentar, inutilmente, arrancar a bicicleta do porta malas da viatura.

Não é de hoje que essa lei vem sendo usada para oprimir a população mais pobre, que depende da bicicleta para se locomover. Ela serve de instrumento dos poderes repressores, como Polícia Militar e Guarda Municipal, para ‘punir’ a população periférica, em uma lei que não está disponível para consulta nos sites da Prefeitura ou da Câmara de São Vicente. Traduzindo: os agentes alegam o que querem e retiram das pessoas o seu meio de locomoção, muitas vezes utilizado para ir ao trabalho, estudos ou mesmo lazer.

Após a autuação e apreensão, as bicicletas foram levadas para o pátio municipal de veículos de São Vicente

Quem se beneficia disso? Que tipo de segurança essa lei oferece? De verdade, é apenas uma forma de legalizar a repressão promovida pelos poderes públicos. Tal lei só criminaliza mais uma vez a presença de jovens de periferia em espaços públicos, querendo impor onde eles podem ou não podem ir. Em tempos de democracia, é uma vergonha que o direito de ir e vir ainda seja um privilégio de alguns abastados!

Por isso, nós não nos calaremos diante desse absurdo. Pela liberação das bicicletas de todos os que foram autuados injustamente por essa lei absurda e revogação imediata da lei municipal 225-A!!!

Rádio Livre Venceremos – 97,5 FM – Transmissão #1

No dia 26 de Abril de 2015 aconteceu a transmissão #1 da Rádio Livre Venceremos – 97,5 FM – para o extremo sul de São Paulo.
A atividade aconteceu na feira livre do Jd. Angela – SP, local onde a atividade continuará acontecendo aos domingos.

confira fotos e audios aqui

Nesta edição de abertura a Rádio Livre Venceremos contou com a participação de compas grevistas da Educação que comentaram da situação e abordaram a questão “Terceirização”. Além de intervenções músicais de Emilie e pessoas do bairro que mandaram seu ‘salve’.

A Rádio Livre Venceremos teve uma recepção solidária e com grande apoio dos feirantes e pequenos comércios, que cederam o ponto de luz e fortaleceram no retorno, tamo juntxs!!

Viva a Comunicação Popular!
Abaixo o monopólio da comunicação!

Vida longa a Rádio Livre Venceremos!

Venceremos!

#1 Sarau Diz’Quina

A primeira edição do Sarau Diz’Quina – Atividade cultural organizada principalmente por moradores da Vila Margarida, SV – aconteceu mesmo debaixo de um quase dilúvio no domingo, 8 de Março.
Com a temática “Mídia”, o evento iniciou com a projeção do doc. Manual Radio Livre seguido de um debate sobre o monopólio da comunicação no Brasil e algumas formas de fazer frente a essa lógica avassaladora de culturas, ideias, resistências, diversidades, etc. Também foi levantada a questão da objetificação da mulher e o apelo machista utilizado pelos grandes Meios. Na sequência o mano William lançou algumas ideias sobre a Literatura e sua relação com a mídia. O Sarau seguiu animado com poesia, troca de ideias e intervenção musical feita por parte da galera organizadora do rolé. Enquanto tudo isso acontecia o mano Caio Cesar mandava um graffite que ao final se tornou um grande registro deste espaço de cultura e resistência.
O evento contou com xs compas da Trupe Olho da Rua, Sarau da Vila em Movimento, além do grande esforço e talento da galera, maioria do bairro, que se preocuparam com cada detalhe da ornamentação.

Arriba o Sarau Diz’Quina!
Arriba a cultura popular!
Arriba a comunicação livre!

E que venham os próximos .0/

 

Agora é esquerda versus direita disputando no voto. Não tem outra forma?

Eleições

As eleições de 2014 foi umas das piores eleições que houve no que diz respeito às trocas de ofensas, calúnias, depreciações e exposições de pensamentos conservadores e ultrarreacionários. À exceção dos partidos alinhados à esquerda PSOL, PSTU, PCB, PCO – os outros fizeram campanhas falaciosas, cada um escondendo a própria sujeira e querendo amplificar a sujeira do outro, quando não inventando absurdos, sendo que no fundo todos estão soterrados na mesma política ultrajante que mantém este estado de coisas, seja em maior ou menor grau. E aí, a surpresa pela quantidade de conservadores que foram eleitos e reeleitos no estado de São Paulo é um soco bem dado no estômago, diante do diagnostico atual em que o estado de SP enfrenta diversas dificuldades, de toda ordem, sucateamento do serviço público, problemas seríssimos de mobilidade urbana e moradia, falta d’ água, violência policial, espancamentos e assassinatos de homossexuais, extermínio da juventude negra, entre outras infinidades de violações de direitos. E, no entanto, Alckmin se reelege, a bancada da bala entra para o legislativo paulista com o Coronel Telhada (PSDB) e o Coronel Camilo (PSD), Marcos Feliciano (PSC-SP) e Celso Russomanno (PRB-SP) são eleitos deputados federais, entre outros que seguem a cartilha do conservadorismo à risca e que vão continuar mantendo e até recrudescendo ainda mais uma política de estado opressiva e segregacionista.

Apertar o botão de novo?

A disputa à presidência da república entre Dilma Rousseff e Aécio Neves apresenta um cenário político dantesco, apesar de Dilma e Aécio não serem candidatos ‘tão’ antagônicos como querem parecer. O embate de forças entre setores de direita e de esquerda irão se acirrar ideologicamente, e para as esquerdas é bem provável ainda mais fragmentação. Pois tanto para às esquerdas radicais que não veem no PT, um partido de esquerda, como para àquelas que não acreditam no sistema representativo e propagam o voto nulo e a luta pela autonomia popular, apoiar Dilma é absurdo e contraditório, estariam apenas caindo numa armadilha que desaguaria mais uma vez na legitimação da farsa do sistema. Sim. E este é um ponto interessante, porque de todo modo tudo iria desaguar nisso mesmo. Ou alguém acha que alguma das esquerdas partidárias radicais venceria as eleições? Ou os autonomistas já conseguiram influenciar na construção do poder auto gestionário a tal ponto que podemos ignorar essa bifurcação? Cito os autonomistas devido à luta pelo voto nulo, que tem sua importância, principalmente no discurso de liberdade, porém, é uma palavra de ordem vazia sem organização, e no momento tem o que a dizer além de discurso?

Não há terceira via dentro deste sistema, nesta lógica de poder, vivemos numa prisão, acorrentados a um modus operandi que não nos dá alternativa nenhuma, daí o que há de concreto neste momento, é que se Aécio ascender ao poder, teremos uma mudança de governo para pior, e vai atingir muita gente. Alguém dúvida? Cabe à reflexão. (essa é a leitura frágil deste que escreve)

Quem vai pagar a conta?

Não é preciso ser tão esperto para saber que o déficit cairá na conta da população pobre que depende dos programas assistenciais do governo, (tão criticados, mas que fazem a diferença na vida de muitas pessoas) além de outras e outras coisas. E isso, podem as esquerdas argumentar e discursarem o quanto quiserem, é realidade prevista, só quem acessa ou acessou um programa sabe a diferença que eles fazem na vida, não tem discurso de revolução e teoria que mude isso. Que a política do PT bateu no teto, e não pode avançar para uma mudança estrutural, isso é fato. Porém, discursar na rede, nos grupos subterrâneos, acadêmicos, alinhados à esquerda, nas reuniões de amigos, entre tantos outros, pouco tem contribuído para despertar a consciência da população. A votação massiva nos candidatos conservadores reflete o distanciamento dialógico que às esquerdas estão da população.

Agora, quais são as condições objetivas para superar o discurso, o estado e o capital neste momento? Ainda mais quando a própria população vota em conservadores, nos mesmos que irão formar um paredão no congresso para que não sejam aprovados direitos para os excluídos – e, não é improvável que Aécio seja a cereja deste bolo medonho.

Infelizmente, neste sistema político eleitoral o que é oferecido à população em termos de participação política é a opção de ficar refém de um sistema viciado, que sempre apresenta como alternativa a conformação com o ‘menos pior’. Precisamos superar o discurso e vencer na ação, e vencer na ação é repensar todas as ações de luta, construir realmente organizações sólidas que possam furar esse bloqueio, essa bifurcação, porque é sempre nela aonde chegamos, e não adianta conjecturar fórmulas, estamos presos nela.

E neste momento, numa análise bem fria, este que vos escreve, por exemplo, não se sente à vontade para dizer a algumas pessoas que precisam do beneficio: o importante não é o Bolsa Família, o PROUNE, entre outros, mas a liberdade e a autonomia de se opor a este sistema – minha análise e entendimento neste caso, não servem de nada, soa tão individualista quanto autoritário.

É preciso superar esta bifurcação que nos leva sempre à direita.

OBS: Caso vença as eleições, obviamente o PT (Partido dos Trabalhadores) irá se colocar ainda mais à direita, pois perdeu sua representatividade na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Portanto, a luta tende de um modo ou de outro, ser ainda mais árdua, claro que em medidas muito diferentes. (Reconheçamos isso ou não)

NOSSOS MORTOS TÊM VOZ: MEMÓRIA DE 22 ANOS DO MASSACRE DO CARANDIRU

No dia 02 de Outubro foi realizado em São Paulo um ato em Memória aos 22 anos do Massacre do Carandiru, organizado por diversos coletivos.

A manifestação contou com diversas intervenções artísticas ao longo do trajeto, fortalecendo a reflexão sobre o papel da polícia, a violência do Estado e a importância da desmilitarização.

Confira alguns registros feitos pela Rádio da Juventude…

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Optar por não votar é repudiar a farsa eleitoral! Mas não um fim em si mesmo.

Foto: web

Foto: web

Independente do nível de consciência política, quando alguém decide por não votar é porque não acredita neste sistema político. Optar por não votar expressa insatisfação, descontentamento e repúdio à farsa deste sistema eleitoral. É uma prática de liberdade e de subversão contra o estado atual, que nos impõe como única alternativa de mudança social: a eleição de representantes políticos – caminho este que tem se mostrado na prática como ineficaz e falido, pois ele não é capaz de corresponder as nossas demandas; não é capaz de garantir justiça, igualdade e liberdade traduzidas em direitos sociais como saúde, educação, transporte, trabalho, entre outros. E nem precisamos fazer uma análise profunda sobre o falecimento dessa lógica organizacional. Todo mundo sabe na prática que para garantir a sobrevivência, temos que encarar uma labuta diária sem esperar que um político venha “adiantar o nosso lado”. A questão que temos que colocar em discussão e prática: é a nossa atuação coletiva para construir outra realidade social, porque o repúdio é apenas o primeiro passo, o segundo é atuar nessa construção.

Se quisermos votar nulo, ou simplesmente não votar, porque todo voto é nulo, perfeito. Mas o exercício pela política além das urnas é a política de atuar no cotidiano construindo o empoderamento popular. Somente deste modo, faremos frente à farsa eleitoreira que aliena o povo e usurpa todos os nossos direitos. E não é um caminho fácil, a correlação de forças é bem desigual. Mas é essa prática que vai semear o futuro livre para todas as pessoas, não é o voto e nem o não voto.

Votar certo, votar errado. Quem te fez acreditar nisso?

Foto-0523Uma ideia bastante equivocada, porém colocada como verdade (quase) absoluta, é dizer que o país não melhora porque o povo vota errado. Uma afirmação tão ingênua quanto maquiavélica – que infelizmente permeia toda a sociedade, não somente por meio do senso comum, como também através de muitos intelectuais que insistem em proliferar que o povo por não ser politizado, acaba contribuindo para eleger corruptos. Essa é uma das análises mais rasas e classistas que existe. Afinal, ela beneficia a quem?

democracia_representativaA crença na representação política é cheia de mitos, na prática, eleger alguém como nosso representante não passa de terceirização de nossas responsabilidades. É colocar nas mãos de alguém decisões que devem ser deliberadas pela população. Não é à toa, que muitos políticos após eleitos, ignoram o compromisso que assumiram, trocam de partido, se aliam com grupos antagônicos, entre outras coisas, que todos nós estamos cansados de saber, mas e aí que fazer? Acaba sempre nos restando ir para as ruas reivindicar; ser surrados pela polícia; criminalizados pelos meios de comunicação e chamados de vândalos; antidemocráticos – porque não respeitamos os candidatos eleitos. E assim funciona a sociedade…

Ah! Mas temos que considerar que existem pessoas honestas e comprometidas com as questões sociais, sim, é verdade. Contudo, acreditar que honestidade e dedicação irão fazer o sistema funcionar, é ilusão! Ainda mais com toda essa teia de relações e práticas espúrias que se instaurou na política, e não nos iludamos! Pois elas fazem parte da essência deste sistema. A própria lógica do sistema é para não funcionar. O sistema capitalista não existe para garantir justiça social, mas sim para garantir lucro. Resultado: uma cultura míope e esvaziada de novas possibilidades de organização política e social, que vive produzindo privilégio e exclusão.

Daí o pensamento (que é ideológico) de colocar toda a responsabilidade nas costas do (a) trabalhador (a) que acorda cedo, enfrenta o transporte público lotado, trabalha de oito a doze horas por dia, não tem o menor tempo livre para sua própria vida, porque o tempo que lhe sobra é de descanso, mas, ainda deste modo, ele (a) é o (a) responsável por toda a canalhice e safadeza política.

Eleições 2014: Todo voto é nulo! Candidatos e partidos representam os interesses da elite.

marco-civil-empresariosMais uma eleição se aproxima e nos perguntamos se devemos exercer o nosso papel de “cidadão” e “patriota” votando naqueles que irão nos explorar por mais quatro anos. A realidade é que para a população trabalhadora o resultado da eleição implicará em:

1) manter as coisas do mesmo jeito que estão ou,

2) Piorar as nossas condições de vida.

Por outro lado, para os bancos e empresários, a vida só melhorou, pois nunca tiveram tanto lucro como agora. Eles financiam as campanhas dos partidos e depois cobram dos vencedores o preço desse financiamento.

O sistema eleitoral é organizado para atender esses interesses e não os da classe trabalhadora. Portanto, votar significa legitimar esse sistema perverso que nos explora. Somente a classe trabalhadora organizada é capaz de inverter essa lógica. Prova disso foi a vitória do Movimento Passe livre que impediu o aumento das tarifas dos transportes públicos e a mobilização dos garis no Rio de Janeiro que arrancou na marra o aumento salarial reivindicado.

Não delegue seu poder de decisão a um político! Não vote, lute!

Todo voto é nulo! Só a luta muda a realidade!

518642O grito que emergiu das ruas em junho do ano passado não pediu por uma assembleia para eleger representantes políticos. O grito não pediu por uma renovação nas estruturas parlamentares. O grito não pediu para a população se dirigir até uma urna e apertar um botão. O grito não pediu para a população avaliar um programa político partidário e escolher um candidato. O grito não pediu para a população se mobilizar e legitimar um projeto que não é construído pelo povo, e sim por grupos que querem remendar ainda mais essa estrutura democrática estatal falida. O grito não disse: vamos juntos votar melhor e fortalecer um estado popular, ao contrário, junho questionou exatamente tudo isso; as estruturas hierárquicas, estatais, a democracia representativa, a política do negócio, dos conchavos e das cooptações.

774447_483200238439569_366960714_oJunho mostrou na prática que é na ação direta, combativa e coletiva que se conquista direitos. Que toda transformação social necessária só será conquistada com luta e com a demolição da lógica representativa, estatal e hierárquica de poder. Junho colocou em debate as instâncias de poder. Para que elas existem? A quem elas servem? Junho colocou a reflexão que, é preciso construir um poder horizontal, solidário e combativo – realmente popular. Chega deste poder que esta nas mãos de grupo políticos e econômicos, cujos interesses passam longe de empoderamento popular.

A surdez e a ignorância da classe política partidária são propositais. 

Não houve nenhuma resposta concreta dos governos, seja de qual for a esfera a que ele pertença. Todos nós continuamos reféns das duras labutas diárias para manter a sobrevivência, enquanto o dinheiro público financia incessantemente as corporações e boa parte dos partidos que estão no poder.

A resposta política do governo e de quem está disputando esta forma de governo que está posta, é deturpada em relação às manifestações de junho, exatamente porque existe uma disputa de poder e pela consciência da classe trabalhadora com intuito de controlar e conduzir as massas de acordo com seus interesses, afinal, não é pela autonomia (marca registrada das manifestações) do povo que estes grupos institucionalizados lutam, mas sim por uma forma de poder que não difere em nada do modelo que está colocado, apesar de pintarem de cores lindas e populares.

A corrida eleitoral

Nos debates dos presidenciáveis, por exemplo, nenhum deles fala sobre o empoderamento popular como a mais importante forma de transformação da realidade, alguns falam em aumentar mecanismos de participação popular, porém, a maioria destes mecanismos só reforça e legitima o poder de um determinado grupo político. O que é apresentado nestes debates é somente balela eleitoreira, não há uma voz dissidente propondo uma nova forma de organização social radical, e isto, obviamente não veremos, pois, a corrida eleitoral é um espetáculo midiático de sorrisos e dissimulações políticas, onde cada um vende seu peixe, uns de modo escancarado mostrando a quem serve, e outros tentando persuadir ou surfar sobre as lutas que vieram das ruas. Por isso, como propõe a outra campanha: todo voto é nulo! Só a luta coletiva e horizontal transforma a realidade.

O voto é a forma como delegamos nossas responsabilidades nas mãos de quem não fará nada por nós.

Primeira Feira Anarquista da Baixada Santista

Em 23 de agosto de 2014 a antiga “Barcelona Brasileira” recebeu a Primeira Feira Anarquista da Baixada Santista. No dia que completou 87 anos do assassinato dos anarquistas Sacco & Vanzetti, muitas reflexões sobre a violência do Estado no ontem e no hoje foram levantadas, situações concretas foram denunciadas e o anseio por mudança compartilhados entre compas.

Em um local de rearticulação do movimento Anarquista, a exitosa Feira, resultado de uma esforço coletivo, vem como um fôlego para seguir na construção de um novo mundo, desde as lutas cotidianas, nos “trabalhos de formiga”. O sentimento de solidariedade e apoio mútuo entre os coletivos de diversos lugares, através do encontro, prosas, olhares e abraços, nos faz perceber que não estamos sós nas inquietações e nas lutas.

A atividade aconteceu na Vila do Teatro, espaço ocupado e organizado pelo Movimento Teatral ao lado da rodoviária de Santos, o que facilitou muito a participação de compas de outras regiões, principalmente São Paulo. A infraestrutura do local também foi determinante para a organização do evento. Continue lendo

Túnel Santos/Guarujá uma obra com orçamento que não para de $$$$$

A construção do túnel submerso que interligará as cidades de Santos e Guarujá está se tornando um negócio muito lucrativo, onde a especulação em torno da obra é absurda, pois, os números não param de subir. Inicialmente a obra foi orçada em R$ 1,3 bilhão – estimativa apresentada em março de 2012 pela DERSA (Desenvolvimento Rodoviário S/A) responsável pelo gerenciamento da obra. Em setembro de 2013 o Governador Geraldo Alckmin disse que o valor chegaria a R$ 2,4 bilhões, sendo que R$ 962 milhões seriam destinados especificamente à construção do túnel. O restante utilizado para obras viárias em Santos e no Guarujá e para desapropriações e reassentamentos.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Fevereiro deste ano em Audiência Pública a DERSA confirmou tal valor – em julho por motivos que de acordo com a empresa, o Comitê de Gestão do Banco Interamericano de Desenvolvimento, (que seria responsável pelo financiamento) não aprovou uma das cláusulas de formação de consórcios – com isso, todo o processo de licitação teve que ser reiniciado.

Daí, nesta terça-feira (6) após audiência com empresas interessadas no processo licitatório, a DERSA apresentou novamente o projeto desenvolvido junto com técnicos da empresa holandesa Royal Haskoning, e deu a notícia que o projeto da obra aumentou o valor para 2,8 bilhões de reais. Pois é… Incrível a especulação em torno deste túnel, e como tudo vira negócio. Bom lembrar, que no meio deste negócio, até agora, a resposta referente as remoções das famílias nas cidades de Santos (em torno de 300) e do Guarujá (1224) não foi dada, poucas são as informações a respeito, o poder público simplesmente ignora, e de certa forma vence pelo cansaço e pela desmobilização, uma vez e outra, puxa reunião com os moradores organizados para conversar e nada de concreto é apresentado, apenas a sugestão da construção de um conjunto habitacional – a velha tática política de ganhar tempo.

OBS: O processo licitatório das obras seguida da publicação do edital de pré-qualificação sairá no próximo dia 27 de agosto, a previsão para inicio das obras será em janeiro de 2015. Era para ter iniciada em julho, porém, o atraso é devido o calendário eleitoral e a mudança de financiador da obra, que não será mais pelo BID Banco Interamericano de Desenvolvimento, segundo o Governador Alckmin a verba provavelmente será do BNDS (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) Ou seja, dinheiro da federação, será que vão liberar?

Eleições 2014. A corrida eleitoral começou faz tempo.

A partir de hoje, domingo, dia 06 de julho de 2014, está permitido à propaganda eleitoral de acordo com a lei nº 9.504/97. Data a qual partidos, coligações podem realizar comícios, divulgar suas propostas por carro de som, (das 8 às 22 horas) fazer propaganda na internet, entre outras coisas.

75705_456894151030023_1936871453_nNa prática,

O burlar da lei não é nenhuma novidade, há tempos que os candidatos fazem suas campanhas antes do tempo permitido; visitando cidades, comparecendo em eventos, congressos, seminários, inaugurações de obras, percorrendo comunidades, associações de bairro, tudo de maneira “informal” (cara-de-pau), mas já fazendo seu “trabalho de base”. Na internet ficou bem evidente tudo isso, a quantidade de cabos eleitorais fazendo propaganda de seus candidatos é infindável, frases de efeito com direito a hashtag e tudo, eram e são utilizadas aos montes; #Avançarsempre, #Avantelíder, #‎vamoquevamo,  #‎NovaPolitica, ‪#‎Renovação…

Discutir isso parece bobagem, mas não é, comprova que o jogo político, a disputa pelo poder é feita em sua maioria por pessoas que não respeitam o que está regulamentado. A lei seria exatamente para evitar abusos e garantir o mínimo de organização. Infelizmente, estes “propagandeiros” ignoram, pois se movem de acordo com seus interesses e da forma como lhes convém.

Na verdade, até mesmo esta lei eleitoral tem seus equívocos, (e muitos) citaremos como exemplo uma parte que só contribui para a poluição visual das cidades, o cargo de vereador, por exemplo, a lei permite que cada partido possa lançar candidatos até 150% do número de cadeiras em disputa, o que dá espaço para o surgimento de inúmeros candidatos, muitos sem a menor chance de vencer, mas estrategicamente os partidos julgam necessário. Pois querem construir discurso para uma próxima eleição; ganhar visibilidade; demostrar força para um acordo com outro partido; fortalecer uma coligação, entre tantas outras coisas que pensam como forma de ganhar o poder, ou se manter atrelado a ele. Para deputado é a mesma coisa, se a Unidade da Federação (UF) possuir mais de 20 deputados federais, então;

“cada partido, isoladamente, pode lançar o quantitativo de candidatos até 150% das vagas a serem preenchidas; cada coligação pode lançar até o dobro das vagas a serem preenchidas, Agora, se a UF possuir até 20 deputados federais, a regra é a seguinte: cada partido, isoladamente, pode lançar um número de candidatos até o dobro das vagas a preencher; cada coligação pode lançar até o triplo das vagas a serem preenchidas”. (Fonte) Resultado; é uma bagunça generalizada!

Convidada a participar da festa da democracia de dois em dois anos, a população é refém de um jogo de cartas marcadas.

Foi construída no cerne de nossa sociedade a ideia de que as mudanças são feitas por meio de eleições, precisamente do voto, da candidatura de um político, um líder, um representante que irá “protagonizar” a vontade popular, basta o povo votar com inteligência. Porém, essa é uma das maiores farsas que existe nesta democracia representativa.

Primeiro, porque o direito ao voto só garante uma suposta participação na democracia, todas as outras escolhas não dependem do povo. E sim, de candidatos eleitos. Por exemplo, o poder judiciário, é eleito, a maioria de seus representantes, por nomeações diretas do Presidente da República, após aprovação do Senado Federal, do mesmo modo o Ministro do Supremo Tribunal Federal, etc. Claro que há os concursados, como os juízes de carreira. Mas é esta forma a principal e que se repete nas esferas estadual e municipal. Por isso, que alguns cargos são escolhidos “minuciosamente”, para que eles sirvam somente de simples aprovadores de projetos de governo, não há autonomia real de quem é responsável por alguma pasta, ou função. Sempre tem força política por trás direcionando, e não é a força do povo, nem de longe.

Segundo, a forma como o sistema político está organizado, nem tendo boa vontade política é possível realizar “reais” transformações, além de que, quase, senão todos os candidatos – estão nas mãos de grupos políticos que os financiam, (as corporações; empreiteiras, agronegócio… E em alguns casos grupos ideológicos; bancada evangélica) e por isso, suas realizações irão ser de acordo com os interesses de quem “pagou a conta”, é o “toma lá da cá”, daí, as “promessas” feitas ao povo vão para o ralo, afinal, os candidatos são instrumentos de quem os financiam.

Terceiro; as famosas coligações nem sempre são forças que estão na mesma direção, são apenas forças momentâneas que também possuem interesses econômicos e partidários. Portanto, quando se ganha uma eleição, é preciso “repartir o bolo”, e a parte que cabe ao povo, fica sempre sendo menor, ou nula.

Pra finalizar, ainda temos os candidatos que ao ganhar a eleição trocam de partido, e todo aquele projeto defendido nas campanhas, muda, mas o discurso permanece, discurso de candidato sempre permanece… A vida do povo que não muda. Porque mudanças só acontecem com luta e coletividade.

Eleições no contexto atual somente servem para legitimar o poder a um grupo político que tem interesses próprios. Interesses que não atendem a população.

Nessas eleições, não vote, se organize!

Despejo brutal pela Guarda Municipal de Itapevi no acampamento do MST “Padre João Carlos Pacchin”

Fonte: Passa Palavra – Publicado em 3 de julho de 2014

Nesta madrugada, os acampados do acampamento “Padre João Carlos Pacchin”, do MST, em Itapevi/SP, foram surpreendidos pela ação violenta da Guarda Municipal.

Fortemente armada e intimidando as pessoas que estavam no local, a Guarda Municipal passou os tratores sobre os barracos e barracões e levou os maderites, entre outros objetos do acampamento. A Guarda Municipal invadiu a ocupação sem mandado ou qualquer documento legal para fazer essa ação, totalmente arbitrária.

Os ocupantes estão no terreno desde o dia 28 de junho. A área da ocupação pertence à COHAB do Município de São Paulo e estava em curso o início de negociação.

Nesse momento, a Guarda Municipal continua no local, impedindo o acesso das pessoas para a retirada de seus pertences. Somente após negociação, a coordenação do acampamento pôde retirar os documentos pessoais dos acampados. As famílias permanecem na rua, em frente ao terreno.

Nesta madrugada haverá vigília no local.

A solidariedade e o apoio são urgentes para a continuidade da luta!

Presidenta Dilma Rousseff na Baixada Santista, investimento pra quem?

Foto: http://www2.planalto.gov.br/centrais-de-conteudos/imagens/anuncio-de-investimentos-do-pac2-mobilidade-urbana-para-a-regiao-metropolitana-da-baixada-santista

Foto: http://www2.planalto.gov.br

A visita da Presidenta Dilma Rousseff à Baixada Santista na última quinta-feira (26) tem uma porção de significados políticos e econômicos, mas uma das coisas que passa despercebido e precisamos nos atentarmos, é como este país tem dinheiro, e dinheiro público! E gasta-se, a todo momento uma quantia, (que não é pouca) em algum serviço, equipamento, projeto… Contudo, os resultados nem sempre resolvem os problemas da população, por que será?

A Presidente anunciou investimento de 456,3 milhões para a mobilidade urbana, e ainda fez cobranças aos administradores da região para se municiarem de projetos, porque a ideia do governo ao que parece “é para o infinito e além!” Brincadeiras à parte, o problema de mobilidade urbana na baixada é uma realidade concreta de extrema urgência, e que não será solucionado num passe de mágica. Porém, difícil acreditar que dentro dessa lógica mercadológica alguma coisa seja resolvida.

Primeiro; não é preciso ser especialista para saber que a maior parte deste investimento irá se diluir no bolso de corporações que irão prestar o serviço.

Segundo; o problema da mobilidade urbana na baixada perpassa a construção de um túnel ligando as zonas Leste e Noroeste de Santos, ajuda no escoamento do trânsito, mas não resolve. Entretanto, o caminho que todos os governos estão tomando é o contrário, obras faraônicas de grande impacto social e ambiental, e pouquíssima, ou nenhuma discussão de alternativas realmente sustentáveis.

Terceiro; abrem um túnel de um lado para escoar o trânsito e colocam mais carros de outro. Como assim? Porque isso é o quê irá acontecer com a construção do outro (polêmico) túnel (submerso) que interligará as cidades de Santos e Guarujá, e que segundo o projeto da DERSA (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) injetará 14 mil veículos por dia na cidade com projeção para 40 mil nos feriados. Entenderam?

Mobilidade urbana tem que tirar carro da rua, e não colocar mais, pra isso tem que ter transporte público de qualidade; tem que ter ciclovia; tem que ter planejamento de cidade e tratando-se de Baixada Santista tem que ter planejamento metropolitano, porém, o quê se vê é apenas bravatas, e obras sendo realizadas de qualquer forma, além de dinheiro público sendo gasto aos montes, servindo apenas para enriquecer empreiteiras e sustentar políticos. Enquanto essa lógica de colocar investimento direto nas mãos de corporações predominar, nada irá se resolver.

Em fevereiro deste ano o Governo Federal anunciou recurso de 143 bilhões, que seriam investidos nas cidades sede e subsede da Copa do Mundo. Vamos pensar sobre estes números e avaliar o que mudou, ou o quê irá mudar para a população, pois na prática (sem fatalismos) os transportes públicos continuam lotados e de péssima qualidade, o trânsito continua um caos, traduzindo; o serviço público continua sucateado e toda essa violação de direitos é sustentada com dinheiro dos trabalhadores, e não da Sr.ª Dilma que só veio à baixada demarcar território e fortalecer campanha política.

Sobre os 143 bilhões para mobilidade urbana

O Governo Federal declarou que este investimento é uma resposta as reivindicações das jornadas de junho, balela, o que está fazendo é colocar ainda mais dinheiro público no bolso de empresas mafiosas/que monopolizam os serviços públicos de transporte, de construção civil, de prestação de serviço, entre outros que vão se tornando alvos deste capitalismo selvagem, corporativo e parasitário.

Para termos uma ideia, as empresas de transporte público recebem fortunas anualmente, na cidade São Paulo em 2013 o município gastou em torno de R$ 1,25 bilhão para subsidiar empresas privadas de ônibus, em 2011, as empresas obtiveram de lucro cobrindo todos os custos, R$ 1,2 bilhão. Aí temos que citar que essas empresas de transporte entram no rol de empresas financiadoras de campanhas de partidos políticos. E citamos também as empresas (mais conhecidas como empreiteiras) que prestam dos mais variados serviços, e colocamos como exemplo, Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez que de acordo com uma pesquisa do Instituto Mais Democracia;

“Entre as eleições de 2002 e 2012, juntas, as quatro empresas investiram mais de R$ 479 milhões em diversos comitês partidários e candidaturas pelo Brasil. No Estado do Rio de Janeiro, o PMDB é de longe o partido mais beneficiado, com R$ 6,27 milhões, mais que a soma dos quatro seguintes: PT, PSDB, PV e DEM. Porém os repasses podem ser ainda maiores em anos não eleitorais. Em 2013, por exemplo, somente a Odebrecht repassou R$ 11 milhões dos R$ 17 milhões arrecadados pelo PMDB.”

Por isso, reafirmamos, este país tem dinheiro, pertence à população, mas a forma como está sendo gerido nunca trará mudanças radicais para a vida da população.

Vivemos uma ditadura corporativa, ou a população se organiza coletivamente para mudar essa realidade e rompe também com essa lógica de acreditar num ser “bonzinho que vai lutar pelo povo”, ou, continuaremos vivendo esta farsa democrática, onde uns têm privilégios e outros a exclusão social de direitos.

OBS: Indicamos esta matéria sobre as corporações financiando campanhas partidárias, produzida pelo Instituto Mais Democracia do Projeto Quem são os proprietários do Brasil. Vale a pena ler!

A seleção brasileira venceu apertado do Chile, mas venceu…

julio667A seleção brasileira venceu apertado do Chile, mas venceu, e o goleiro Júlio Cézar tornou-se o novo herói do Brasil, legal! Porém todos sabemos que a seleção não vai tão bem, mas como temos que nos livrar do complexo de vira-latas e acreditar que na Copa das Copas “santo de casa faz milagres sim,” e ganha caneco, vamos comemorar este espetáculo todos juntos, vamos?

Ora,

É esse mesmo o pensamento que temos que ter? Dentro deste futebol negócio onde os clubes de futebol não passam de grandes empresas capitalistas que lucram quantias exorbitantes? Onde todo o investimento (seja qual for o valor) pra construção de estádios (com dinheiro público) é um enorme desrespeito em comparação as necessidades reais deste país? Por isso, está correto nos vestirmos de verde amarelo e gritarmos gol com tanta energia?

O futebol é um esporte que faz parte da cultura popular; elemento de integração social, de sociabilidade, e não só do povo brasileiro, é patrimônio da humanidade, porém, o que temos hoje é uma grande indústria futebolística que faz circular e concentrar bilhões nas mãos de poucos, o passe do Neymar, por exemplo, para o Barcelona saiu à bagatela de 57 milhões de euros – o Ministério Público da Espanha investiga uma denúncia de que o valor chegou aos 74 milhões de euros – enfim, dá pra termos uma ideia da força dessas corporações. E aí? A “parada” é futebol mesmo, ou dinheiro? Sacaram o porquê da FIFA impor suas regras por onde passa.

Pois é,

Mas o povo nas ruas em sua maioria está arrebatado pelo sentimento de Copa do Mundo, como previsto, mesmo com todas as manifestações contra a copa, e até mesmo devido certa insatisfação que se manifestava de forma livre e sem comprometimento, por exemplo, não era (ainda não é) difícil encontrar alguém no ônibus, na fila do mercado ou em qualquer outro lugar, reclamando dos gastos excessivos com a copa, enquanto os serviços sociais estão sucateados. Contudo, a copa iniciou, e essa insatisfação foi sufocada parcialmente pelo torrencial de informações sobre a Copa do mundo. A mídia; jornal, TV, rádio, web, outdoor… Bombardeiam nossas cabeças 24h, é quase impossível fugir. E, aí obviamente que a massa que ver gol, e entregar-se ao simulacro de emoções, e que se dane qualquer discurso (realmente a energia é empolgante, senão fossem os custos).

Daí,

Comunidade removida em Mangueira. No foi construído um estacionamento e um centro automotivo entregues à iniciativa privada.

Comunidade removida em Mangueira – RJ. No local foi construído um estacionamento e um centro automotivo entregues à iniciativa privada.

Não podemos esquecer que para ter este espetáculo sendo realizado o custo é irreparável; é preciso registrar que segundo estudo da Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa, entre 170 a 250 mil pessoas foram removidas para se construir essa copa. Além de que, todo este processo de violência com as remoções representa para a história do povo pobre brasileiro, uma das maiores atrocidades promovidas pelo Estado.

É grito de gol nos estádios e borrachada nas ruas, é alegria alienante pelo entretenimento e tristeza por tudo que foi feito contra a população pobre. Não dá pra fingir! Se a angústia de uma decisão por pênaltis é tão real e coloca corações à mil, imaginem a dor de quem perdeu a casa. Sem contar as outras infinidades de violações.

Copa do Mundo com ou sem vitória da seleção, o legado é vergonhoso.

Futebol teu nome é negócio!

Cidade de Santos e a política da desocupação.

Uma cidade comandada pela construção civil que ergue enormes prédios comerciais pelo município, desencadeando uma onda de especulação imobiliária, também impulsionada pelo sonho do pré-sal, (que continua debaixo d’água) a política da Prefeitura de Santos tem sido a do loteamento da cidade; desocupar e vender.

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Foto: Rádio da Juventude

Nesta última semana veio à tona a informação por meio de uma matéria do jornal A Tribuna que a Prefeitura acordou com o Grupo Pão de Açúcar, a desocupação do imóvel, onde está localizado o Fórum da Cidadania de Santos, pois neste local será instalada uma base comunitária da Polícia Militar, sendo que a atual base da PM será demolida devido às obras do VLT (Veículo Leve sobre Trilho).

Para quem não conhece, o Fórum da Cidadania de Santos é um espaço sem fins lucrativos que reúne organizações sociais, entidades e cidadãos. Cujo objetivo é mobilizar a sociedade a discutir direitos e deveres sociais, além de promover diversos projetos sociais e culturais – sendo um dos poucos espaços em Santos em que organizações populares podem utilizar como espaço de discussão e de formação política.

Passar por cima do Fórum é destruir um espaço que ainda permite e promove discussões sérias sobre diversos assuntos, à impressão, é que a Prefeitura não possui a menor sensibilidade social, para ela uma base da polícia é bem melhor que um local de produção de ideias. Por que será?

OBS: Não houve consulta popular, e nem das pessoas que gestionam o Fórum.