A Copa das remoções, a Copa do superfaturamento, a Copa das Copas… Copa pra quem?

Segundo o Comitê Popular da Copa de SP, cerca de 250 mil pessoas serão removidas de suas casas em todo território nacional devido à copa do mundo. (os governos se recusam a dar informações) Todos os despejos foram e estão sendo forçados sob o aparato policial e de leis criadas de última hora, cuja finalidade: tornar de utilidade pública qualquer local que possa servir a Copa. Mas, é claro que estes locais escolhidos, são sempre os locais onde tem população pobre vivendo, e por quê? Porque é caso pensado, sai mais barato para o Estado e evita o conflito de interesses entre corporações.

copapraquem_2Não há consulta popular e nem democracia

Segundo a Urbanista e Relatora da ONU Raquel Rounik; “Todos os procedimentos adotados durantes as remoções não correspondem ao marco internacional dos direitos humanos, que inclui o direito a moradia adequada, nem respeitam a forma como elas devem ocorrer. O direito a informação, a transparência e a participação direta dos atingidos na definição das alternativas e de intervenção sobre as suas comunidades não foi obedecido. As pessoas receberam compensações insuficientes para garantir seu direito à moradia adequada em outro local e, em grande parte dos casos, não houve reassentamento onde as condições pudessem ser iguais ou melhores daquelas em que se encontravam. Nos casos em que aconteceu algum tipo de reassentamento para o Minha Casa Minha Vida, esse se deu em áreas muito distantes dos locais originais de moradia, prejudicando os moradores no acesso aos locais de trabalho, meio de sobrevivência e a rede socioeconômica que sustenta na cidade”.

Gastos e mais gastos

A quantidade de dinheiro público injetado nos megaempreendimentos ultrapassam os 26 bilhões, de acordo com a Matriz de Responsabilidades, documento que reúne todas as intervenções relacionadas com o Mundial a cargo do governo federal, dos governos estaduais e cidades-sede – a última atualização foi em setembro de 2013, portanto, um valor defasado, até porque alguns custos ainda não entraram no cálculo, como por exemplo, despesas com as estruturas temporárias, exigência da Fifa para todas as arenas do Mundial. Realmente é uma farra do dinheiro público, um grande negócio! Liberação de contratos sem licitação, (principalmente no Rio) daí os descarados superfaturamentos  em todos os setores; infraestrutura, prestação de serviço e afins.

copapraquem_3Agora vamos pensar, quando a bola rolar no gramado entre jogadores milionários que ganham até pelo ar que respiram – o povo irá acessar algum estádio para assistir aos jogos que foram financiados com dinheiro público? Não. Pois, os valores dos ingressos são de R$ 160,00 à R$ 6.700 – e assim, variam entre partida de abertura, grupos, fases, seleções. (informações de preços aqui, consulte) Quer dizer, o povo vai assistir somente pela televisão, mas pagou pelo evento, e vai continuar pagando, porque a divida pública sinaliza como o legado desta Copa que os governos não querem nem tocar no assunto.

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Outra coisa importante para a população saber; quem quiser vender algum produto associado à copa, a galera do trampo informal, cambista entre outros, poderá? Não. Pois nas diretrizes da Copa redigido e imposto pela FIFA; vender qualquer produto referente à Copa sem autorização é pena! Sabiam?

Vamos lá, não pode;

 – Usar as marcas da Fifa e da Copa do Mundo Fifa 2014, sem prévia autorização;

 – Distribuir ingressos para os jogos, se não for patrocinador;

– Produzir e vender produtos com as marcas da Fifa, sem prévia autorização;

 – Realizar ações promocionais associadas à Copa, se não for patrocinador.

E, para quem infringir a lei;

Pena de detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano ou multa. Outra coisa interessante e importante que está na lei da Copa – Seção IV – Das Sanções Civis; Art. 16.  Observadas as disposições da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), (A União) é obrigado a indenizar os danos, os lucros cessantes e qualquer proveito obtido aquele que praticar, sem autorização da FIFA ou de pessoa por ela indicada. P… Vão prender e ainda vão cobrar por danos, e prestem atenção nesta parte;

Art. 22.  A União responderá pelos danos que causar, por ação ou omissão, à FIFA, seus representantes legais, empregados ou consultores.

Ou seja, os caras criaram um Estado dentro de outro Estado, e quem vai responder por tudo é a União, quem vai pagar as contas?

Mais um artigo;

copapraquem_8Art. 23.  A União assumirá os efeitos da responsabilidade civil perante a FIFA, seus representantes legais, empregados ou consultores por todo e qualquer dano resultante ou que tenha surgido em função de qualquer incidente ou acidente de segurança relacionado aos Eventos, exceto se e na medida em que a FIFA ou a vítima houver concorrido para a ocorrência do dano. (Que piada)

E, no entanto, os patrocinadores da Copa obtiveram a isenção fiscal de impostos (ICMS, Confins, municipais) nas cidades que sediarão a copa, entre eles; Coca-Cola, Banco Itaú, Hyunday e por aí vai, é muita palhaçada!

Por isso, afirmamos que; a dívida pública será legado da Copa do Mundo, além, de todas as violações de direitos humanos.

Leia sobre a lei aqui

Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo cria grupo de inteligência para evitar e punir abusos em protestos

Corrupção e crime organizado estão entre os desafios de CardozoO governo federal, que se calou diante de todos os abusos cometidos contra manifestantes desde junho, comunicou ontem (31/10) que será criado um grupo de inteligência integrado pela Polícia Federal e pelas secretarias de segurança pública de São Paulo e Rio de Janeiro com o objetivo de “coibir os abusos” nos protestos. O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.

Cardozo explicou à imprensa que o governo agirá em quatro frentes de atuação: com um grupo de inteligência para evitar e punir abusos em protestos; com um protocolo unificado de atuação das polícias do Rio e de São Paulo; com a criação de grupos operacionais entre Ministério Público e delegados para discutir as manifestações; e com um grupo composto por juristas para discussão de mudanças na legislação. O ministro da Justiça afirmou, ainda, que o Black Bloc será investigado pelo grupo de inteligência.

O Rio Na Rua lamenta que a única ação concreta do governo federal até agora tenha sido no sentido de criminalizar os movimentos das ruas, permanecendo omisso e, em certa medida, conivente com a repressão desmedida e com a violação de direitos fundamentais exercida pelos estados de Rio de Janeiro e São Paulo.

De Coletivo Rio Na Rua

O desserviço da mídia, do papa e do Estado.

1002453_679820465378937_1868697220_nEnquanto diversas manifestações ocorrem no país inteiro exigindo mudanças, a mídia oficial insiste todos os dias em falar do papa Francisco; onde dormiu, com quem almoçou, o carro que o levou, a janela que ele abriu e blábláblá e a tal Jornada Mundial da Juventude feliz e hipócrita que em momento algum pauta a luta da juventude da periferia que está totalmente negligenciada de todos os direitos sociais, além de estar vivendo um processo de extermínio.

Respeitamos os setores de base da igreja que não estão ligados a essa farsa toda, mas infelizmente não há como ficarmos calados diante de tantos problemas e de tanta violência promovida pela polícia a serviço do Estado, agredindo manifestantes e utilizando dinheiro público num mega evento de cunho particular de um grupo social, que inclusive, é conivente com a extensa higienização social nas cidades que foi promovida antes da chegada do papa, para deixar os locais por onde ele passaria esteticamente aceitáveis.

12339_648073145204771_1779917666_nDenunciamos tal evento que só promove (indiretamente) um Estado cada vez mais hierarquizado, intolerante, patriarcal, homofóbico e preconceituoso, que reforça valores autoritários, conservadores e retrógrados, cujas finalidades eliminam a diversidade e a pluralidade cultural e religiosa. De modo a cercear a construção de uma sociedade realmente livre, justa e igualitária.

Da última visita de um papa ao Brasil, (2007) que no caso era o Bento XVI, sua marca principal era criminalizar religiões de matriz africana, dizendo que fora a católica e algumas que seguem preceitos cristãos, todas as outras eram seitas. Este papa foi bastante polêmico e revelou de fato para que serve a igreja. (tiverem que pedir pra sair)

9jul2013-fabrica-no-rio-de-janeiro-prepara-mascaras-do-papa-francisco-para-a-visita-do-pontifice-a-jornada-mundial-da-juventude-que-acontece-neste-mes-1373401062720_1920x1080Seis anos depois um novo papa vem ao Brasil, aparentemente é bem diferente, também, tinha que ser, pois este novo papa dissimula a intolerância da igreja por meio do próprio nome; “Francisco”, que é simbolismo de voto de pobreza, pois na história do catolicismo, Francisco foi um jovem que viveu no século XI e abandonou tudo que tinha, fez voto de pobreza e foi estar junto daqueles que sofriam, na igreja a mistica em torno desse Francisco diz respeito a restauração da igreja de Cristo junto ao mais simples de coração. (parece que a fumacinha não é tão milagrosa na escolha de um Pontificie, ainda mais em tempos de escândalos de pedofilia)

A verdade que a mídia não apresenta: é que a Igreja é uma grande instituição bancária empresarial que ao longo do tempo vem perdendo espaço para outras organizações religiosas, por isso a vinda do papa para América Latina é pura estratégia para reforçar e arrebatar fieis que a sustentam e a sustentaram por mais longos séculos.

Por isso, o tamanho desrespeito e desserviço da mídia, do papa e do Estado.

OBS: Durante a missa do papa: A igreja fala das chacinas no Brasil com verbo empregado no passado, só que o extermínio da população pobre é tão presente quanto os adjetivos etnocêntricos que criminalizam e exterminam durante séculos a população preta, indígena, homossexual… excluída mesmo!  E isso, causa desconforto para uma festa tão linda como a Jornada Mundial da Juventude.

Vídeo sobre:

Visita do papa ao Brasil terá gastos de R$ 118 milhões dos cofres públicos. Onde fica o Estado laico???

O governo federal irá desembolsar R$ 62 milhões, sendo que R$ 30 milhões para garantir a proteção do pontífice. Os gastos também irão inclui gastos que sairão de cofres estaduais e municipais, ao todo a visita do Papa Francisco sairá à bagatela de R$ 118 milhões. Segundo as autoridades a justificativa é devido à mobilização popular para o evento, a visita do papa faz parte da 26ª Jornada Mundial da Juventude, que acontece de 23 a 28 de julho no Rio e estima-se que dois milhões de peregrinos se desloquem para a cidade. Entre os gastos estão também quatro milhões de hóstias que serão distribuídas durante os seis dias da Jornada. Elas serão fabricadas por seis fornecedores em todo o país.

Pois é, para um Estado laico, a visita do papo é, e sempre foi paga à custa do dinheiro do povo, de um povo diverso culturalmente e religiosamente, mas que infelizmente os governantes ainda mantém uma política de estado confessional católica mascarada, afinal, será que se mobilizaria tanto dinheiro assim para um evento de cultura africana? Com certeza não.

A livre manifestação religiosa é legitima e um direito, mas a partir do momento que o financiamento destes eventos é feito por meio de dinheiro de cofres públicos de um Estado laico, há de ser questionado sim o uso. Pois, tal atividade é de caráter privado de determinado grupo social, portanto, há de ser tratada também como tal, ora, quem professa sua fé e considera importante a vinda do papo, ok, mas, tem que arcar com os custos, e a instituição católica tem dinheiro pra isso.

O que não é justo, (além de um desrespeito) é quem pertence a outra religião, ou mesmo quem não possui religião alguma, ter que financiar hóstia, hotel, restaurante, avião, carro, helicóptero entre outras coisas.

E que fique claro, o respeito à liberdade religiosa é fundamental para a convivência entre grupos sociais diversos, contudo, de forma alguma um Estado laico pode financiar instituições privadas.

Fonte: estimativa de custo feito pelo “O Globo”

Manifestações na baixada santista: Quem ganha com isso?

Foto-0162Diversas organizações foram às ruas neste dia 11 de julho de 2013 para reivindicar pautas trabalhistas no Brasil inteiro.

Na baixada santista não foi diferente, as entradas de acesso entre as cidades de Santos, Cubatão e São Vicente foram bloqueadas pelos sindicatos, e também por diversas organizações e partidos de esquerda que foram as ruas levar suas bandeiras e puxar suas reivindicações.

Foto-0137Mobilização chamada pelas duas maiores forças sindical CUT e Força Sindical, dentro de um momento histórico em que a população foi às ruas brigar por direitos. (sem esquecer que o estopim foi puxado pelo MPL) Este momento revela um Brasil em ebulição, saindo de um estado catatônico de participação popular para um estado participativo onde a questão pública está em pauta e principalmente às condições de trabalho dos trabalhadores.

A grande questão agora é saber para onde vão esses questionamentos? E quem realmente será beneficiado com essas manifestações?

Foto-0207Pois, não há como negar que há um conflito de interesses grande nessas manifestações a partir do momento em que os sindicatos entraram nessa luta, nada que retira a importância deste instrumento de luta da classe trabalhadora, entretanto, a realidade que temos hoje, é que essas estruturas sindicalistas em sua maioria são extremamente despóticas, em verdade, funcionam como um Estado menor dentro do próprio Estado. Há aqueles que inclusive governam com terrorismo, tipo: “se votar em fulano, será cortado isso”, quer dizer, a condição do trabalhador é de mero refém diante destas organizações que mantém um sistema vicioso, mafioso e extremamente autoritário.

E porque pontuamos isso? Sem querer generalizar, que fique claro, reconhecemos os de luta, porém, há quanto tempo que os sindicatos não vão às ruas nessa pegada de hoje? Por que será?

Foto-0202A CUT é base aliada do PT, a Força Sindical do  PDT, sendo o maior líder deles o Paulinho da força. (pelego) Ligada ao PSDB, tinha a UGT presidida por Ricardo Patah, sindicalista PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab que ano passado até fez campanha para o Serra PSDB.

Dentre essas, a Força reúne uma categoria trabalhista extremamente “fudida” – prestadores de serviços, comerciários, portuários… E ela (Força Sindical) tem força pra caramba, ficou claro, pelo menos aqui na baixada, mas essa força realmente serve à classe trabalhadora? Ora, basta analisar as condições destas categorias que são citadas, continuam ferradas. Por quê?

Dá uma boa reflexão, inclusive a divisão de quais sindicatos ficaram com a CUT e quais ficaram com a Força. Pensem?

Manifestações

A diferença entre estes atos promovidos pelos sindicatos em comparação com os outros que foram surgindo (corrupção, PECs …) após os do MPL, é que eles têm objetivos claros e capacidades de agenda política, contudo, não possui o interesse em caminhar para uma democracia menos ligada às lideranças. Ao contrário, é fortalecer um personalismo sindical centralista, além de trocar este Estado por outro mais forte, será isso bom ao trabalhador dentro de uma lógica capital? Não! Por isso, os trabalhadores precisam se unir, se organizar e sair às ruas sim! Ocupá-las juntos em solidariedade uns aos outros, somando forças para combater este sistema que os escravizam, a separação por categoria é uma forma de segmentação histórica para desmobilizar a classe, e claro, ocupar todos esses instrumentos (sindicatos) que se tornaram espaços, não de luta, mas, de exploração, de controle e de manipulação dos trabalhadores.

Denunciamos/Repudiamos 

Uma parte dos trabalhadores portuários hoje em Santos; agiram de forma extremamente violenta com outros trabalhadores – só porque estes sustentavam suas bandeiras partidárias – dois trabalhadores do PCdoB e uma trabalhadora (acho também do PCdoB) foram quase que linchados no ato, tiveram suas bandeiras destruídas, assim como anarquistas que tiveram suas bandeiras e lenços que estavam no rosto arrancados a força, o grito era o mesmo daquelas manifestações onde se infiltraram os fascistas; “fora partido, aqui é Brasil” – e ergueram uma bandeira nacional – isso é caso pensado, afinal, o sindicato dos estivadores pertence a Força Sindical, que é ligada ao PDT indiretamente também ao PSDB.

A causa deles, (portuários é legitima) mas, estão sendo joguetes da Força. E é esse ponto que os trabalhadores precisam se conscientizar, pois, há oportunistas de todos os lados se valendo da classe trabalhadora.

Denunciamos/Repudiamos também

Foto-0157A forma como algumas pessoas da Força Sindical que compunham o ato, durante a caminhada da divisa das cidades até o centro de Santos ficavam reclamando de máscaras que usavam alguns companheiros (representação legítima black bloc)  e ficavam provocando, chegaram até cogitar entregá-los a polícia, já no centro foi a mesma coisa.

No mais, a luta continua e fica o aprendizado, não se fecha luta com quem é inimigo, mesmo não declarado.

Greve geral, ok, só não se iludir, tem sua importância e suas imperfeições.

Lutar Criar Poder Popular!

As reivindicações de uma categoria que nunca foi às ruas. Por que será?

tn_620_600_PROTESTO_MEDICOS_BOCA_MALDITA_-_BC-18Nesta quarta-feira (03) ocorreram em diversas partes do país manifestações realizadas por médicos, inclusive, aqui na baixada santista houve uma pequena em Santos na praça da independência. Já em SP a Avenida Paulista chegou a ser fechada. Como pauta de protesto; “melhores condições estruturais para a saúde, tanto no que diz respeito à questão física de tecnologias e suporte, quanto econômica para os residentes”. Pois, segundo eles, resolver o problema da saúde é uma questão de investimento na área e não de trazer médicos de fora do país para trabalhar.

Vamos lá.

Essas reivindicações da categoria tem se espalhado pelo país inteiro desde que o governo anunciou que traria médicos cubanos para trabalhar nos rincões do país, ou seja, em locais onde há poucos médicos dispostos a trabalhar. Afinal, para termos uma ideia o salário de um médico que está iniciando a profissão é de R$ 10.000,00 e lá nos confins do Brasil em área como Amazonas, eles ganham moradia e salários ainda maiores. Contudo, faltam médicos nessas áreas, por que será? Segundo estudos, há uma concentração de médicos na região sudeste, enquanto, nas outras regiões carecem, o que revela que essas reivindicações que eles estão levantando em parte são legitimas. Entretanto, há interesse de classe nessa discussão muito maior que o interesse em mudanças estruturais.

1. O problema com o Sistema único de Saúde (SUS) é estrutural e persiste há anos, é sabido de todos que é um serviço cada dia mais sucateado e cada vez mais entregue e gerenciado pela iniciativa privada, fundações, Organizações de Saúde (OS) e este é o ponto que devemos enfrentar e não está sendo pautado.

2. Há de se desmascarar o oportunismo de uma categoria que nunca foi às ruas brigar por coisa nenhuma, vide a luta dos técnicos contra o sucateamento e as condições de trabalho, e nunca houve solidariedade de médicos nessa luta, e por que será? Ora, sempre se beneficiaram dos cofres públicos desde a formação até a empregabilidade.

Neste momento, o que está acontecendo é um grupo social que se vê ameaçado, e está indo a luta num posicionamento de classe, mas que absorvem as pautas da esquerda e se fazem de amigos preocupados com a população, com a saúde… Mentira! Eles estão pensando em seus interesses, essa é verdade!

O que é preocupante é que com essa discussão tomada de assalto há uma pretensa ideologia de neutralizar o real problema e criar mais condições que privilegiam os mesmos grupos sociais. Essa luta por melhorias que eles defendem é aquela que protege uma democracia que produz regras “supostamente democráticas”, mas, que mantém essa ordem social, qual eles carecem, defendem e pretendem blindar, preservar e fortalecer para manter o mesmo tipo de desenvolvimento econômico que não mexe na estrutura, apenas promove mudanças paliativas que mascaram a realidade.

Temos que nos organizar e dizer que saúde não é mercadoria nem pauta de quem grita na rua e depois vai comer no Mc Donalds.

Opa! Querem fortalecer? Bora colar na periferia, a Unidade Básica de Saúde (UBS) tá precisando de médicos para fazer a diferença.

A mídia oficial contra os trabalhadores

midia-menteO desserviço da mídia oficial continua implacável em seus ataques contra a classe trabalhadora, desde que resolveu embarcar na divulgação dos protestos que estão ocorrendo no país inteiro impulsionados pelo Movimento Passe Livre (MPL) e também por movimentos sociais que protestam em frente aos estádios de futebol, denunciando uma copa bilionária que sairá do bolso do povo e que já expulsou centenas de pessoas de suas casas, a mídia em seu ativismo elitista vem disseminando uma onda de criminalização contra manifestantes que são de luta, pois, o seu recorte classista visa acomodar os olhares num pensamento pacifico, como se isso existisse dentro de uma democracia opressora como a que vivemos em que o capital é o mais importante, não a vida das pessoas.

1044820_473896866033842_751014988_n1. Todas às vezes que mostram alguma manifestação fazem questão de dizer que a manifestação é um direito constitucional, mas que vândalos têm se apropriado dela e estragado a festa da democracia. Note a hipocrisia: até algum tempo atrás antes do sequestro da pauta, segundo eles mesmos todos eram vândalos, somente depois do caso da jornalista que foi atingida no olho por uma bala de borracha, que o discurso falacioso começou a mudar.

2. Compreenderam que podem se beneficiar e manobrar as pautas segundo seus interesses, de forma a transformá-la numa patética micareta com reivindicações soltas e não propositivas. (O mérito do MPL está justamente num trabalho de base com objetivo claro e pontual)

3. O lado mais perverso: a mídia lucra ao transmitir as manifestações, a globo de forma alguma estava interessada em fortalecer o movimento quando deixou de transmitir a novela, ela estava preocupada em não perder pontos de audiência, e com isso seus anunciantes.

Marcelo-Rezende-nota4. A canalhice de apresentadores como do programa Cidade Alerta da TV Band chega à barbaridade, frases vociferadas do tipo: tem que bater mesmo em vândalos […] isso aí é gente infiltrada, vagabundos, deve ser lá da cracolândia, essa gente perdida, desgraçada que vem atrapalhar um ato pacifico – legitimam, criminalizam e reforçam um olhar preconceituoso que estimula ódio contra a população pobre.

5. Manipulam a informação: o que acontece no centro da cidade, onde a maioria dos manifestantes pertencem à classe média eles mostram, e se dizem contra a violência policial, exceto em pontos em que eles apontam em que há vândalos – na periferia, por exemplo, não mostram nada! E lá os protestos são duramente reprimidos, na baixada santista, por exemplo, a periferia de São Vicente virou praça de guerra no dia 19 de junho, e na cidade de Santos no dia 20 de junho – a polícia matou dois jovens no Morro do Saboó, algumas horas antes de uma manifestação que haveria na encosta do morro, o que provocou ódio na comunidade que desceu quebrando tudo, misturando-se aos manifestantes. (armadilha criada para dar legitimidade a polícia para intervir na manifestação na base da borracha) E o que saiu na mídia? Que vândalos estragaram a manifestação que era pacífica.

sorriavocestsendomanipuxs4O cinismo da mídia atingiu seu ápice, de modo que sua força na formação dos valores sociais sobre a sociedade,  é assustadora. Fato que às correlações de forças entre Mídia Oficial X Mídia Livre é extremamente desigual, e que o trabalho da mídia livre é sempre na contra-mão –  sempre na resistência – difundir uma informação que a mídia oficial não pauta ou é contra –  além de informar, também se faz necessário desmascarar manipulações. Afinal, depois do ato tomado de assalto, (manifestações contra tarifa) e as pautas de esquerdas absorvidas por ela, é muito perverso e fica à reflexão deste poder midiático de massas que a maior parte das esquerdas ainda não aprendeu a combater.

Um exemplo claro é esse debate sobre os gastos na Copa do Mundo que sempre foi denunciado pela mídia livre, e que agora a mídia oficial se apropriou e até num programete como o da Fátima Bernardes na TV Globo está colocada a discussão, contudo, de forma deturpada, apresentando que o governo errou e está gastando muito, (como se ele fosse o único culpado) todavia, sem apontar quem está lucrando com a copa. (inclusive a emissora) Ainda assim colocou no imaginário popular esse debate, quem anda pelas ruas, poderá perceber o quanto a população está discutindo essa questão dos gastos, mesmo sobre o prisma da Rede Globo. Eis, o trabalho de base de sermos mídia. (meio que difunde, discute e confronta)

Portanto, fortalecer os meios de comunicações populares e livres é fundamental neste momento para fazer o contra o ponto, e não deixar que a mídia oficial domine o debate. Apesar, de como citado no texto; às correlações de forças serem desiguais, temos a vantagem de que ela não pode sustentar por muito tempo essa discussão, tem seus limites justamente por se servir daquilo que critica, eis seu Calcanhar de Aquiles.

Lutar, criar, mídia popular!

A PEC 37 caiu. E agora, José? Continuamos na ruas?

Há mais ou menos duas semanas quando começaram as manifestações contra o aumento da tarifa em SP que acabou desencadeando atos no país inteiro, um debate extenso e confuso no país iniciou-se pelas redes sociais onde a tal PEC 37 era tratada como algo muito mais importante que o debate do transporte público que havia sido iniciado, quase que a solução de todos os problemas estavam no bloqueio da emenda, inclusive, em algumas regiões as manifestações se tornaram contra a corrupção.

Mas, o que é a tal PEC 37?

A PEC 37 tem como objetivo retirar o poder do MP Ministério Público de investigar casos de corrupção, desvio de verbas, crime organizado, abusos cometidos por agentes dos Estados e violações de direitos humanos. Porém vale lembrar que o Ministério Público engaveta mais de 70% dos inquéritos policiais recebidos. Se o Ministério Público se dedicasse à sua função constitucional, não engavetando os inquéritos policiais, poderíamos, talvez, reduzir a impunidade. Na verdade, isso demostra um racha entre os Poderes, onde um quer passar a bola para outro.

Aguá mole pedra dura tanto bate até que aliena.

Com a onda de manifestações nas ruas, na rede, petição on line e até a Rede Globo pautando, o Governo Federal teve que sair de seu silêncio e se pronunciar a respeito, na verdade, num jogo de empurra-empurra para quem segura o pepino, e como já estava marcada a votação para esta última terça-feira (25) a PEC 37 foi derrotada na Câmara dos Deputados. Portanto, vale lembrar que há cerca de um mês uma imensa maioria queria aprová-la, e por que será? Sair ileso e defender os amigos bandidos? Claro. Porém, hoje os caras-de-pau simplesmente querem pegar carona na onda das mobilizações e votaram contra (medo porque ano que vem tem eleição?). Outras votações também ocorreram como dos royalties do pré-sal – sendo 75% para educação e 25% para a saúde. (lembrando que o pré-sal está a 8 km debaixo de rocha) Até o final da semana o Congresso pretende votar uma série de projetos que estão emperrados.

Mas, será que é com essas reformas anunciadas que iremos mudar “a cara” do Brasil? E transformá-lo num país justo e igualitário para todos? Como estão dizendo por aí. Claro que não.

Resolver casos de corrupção e aumentar investimentos são deveres, na verdade, obrigações até moral de quem governa, mas são soluções paliativas. Pois, o problema é estrutural: a forma como a sociedade está organizada, de como as instituições funcionam e como o sistema econômico se articula, são essas as questões que determinam as condições de vida das pessoas, entretanto, esse debate não está sendo colocado, e, é o mais importante!

As reformas vão garantir melhorias em determinados setores sociais, todavia, é mais um realinhamento das pautas da ordem do dia para readequar uma política econômica que se funda no lucro, na exploração e que somente continuará reproduzindo o mesmo formato de abismo social que separa grupos sociais garantindo privilégios e gerando exclusão. Ora, querem colocar os mensaleiros na prisão, quem não quer? Contudo, os mesmos que querem, também são os mesmos que aprovam leis do agronegócio, que são contra a reforma urbana, agrária, que super faturam em cima de licitações, que utilizam dinheiro do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDES) favorecendo empresas particulares, que querem educação e saúde de qualidade, mas estão sucateando os serviços públicos para favorecer a iniciativa privada e por aí vai, assim como são os mesmos hipócritas que agora criticam a copa, e no entanto, são os mesmos que lucraram e estão lucrando com ela, e como a discussão veio a tona querem pegar carona para se alinharem na política atual visando as eleições do ano que vem. Por que não foram contra antes? Antes que todo este circo fosse armado e todo esse dinheiro fosse gasto?

Neste momento devido a pressão popular (mesmo que torta) o que estamos assistindo é uma reconfiguração, e não uma radical mudança na estrutura social, pena que a maioria ainda não sacou isso, e quem percebeu, (esquerdas) em sua maioria estão mais pensando nas eleições do ano que vem.

De fato, as manifestações abrem caminhos tanto para a direita quanto para a esquerda petista e outras se beneficiarem na disputa pelo poder, enquanto lá na periferia, a bala não é de borracha e a galera está pagando bem caro, devido o embate político que usa o povo como massa de manobra e deixa o ônus onde a mídia não tem interesse de noticiar.

Gigante se você acordou, por favor faça a lição de casa e pare de ser X-9 que há muita coisa para se resolver e muto safado para combater.

Declaração do Promotor Rogério Zagallo pelo face é apenas a ponta de um iceberg fascista chamado Estado.

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Esta declaração demostra claramente uma sociedade de classes, onde quem tem poder conferido pelo Estado, manda. E manda matar! Pergunta: irá acontecer algo com esse promotor? Com certeza não. Isso se ficarmos calados, temos mais é que cobrar punição a este promotor, ou no mínimo um escracho manifesto denunciativo.

Pois, nas mãos do Poder Público com certeza ficará impune. Afinal, segundo justificativa do mesmo, o que ocorreu foi um momento de desabafo pela espera no trânsito, pois seus filhos os esperavam nervosos. Não justifica!

Compreender que ficar preso no trânsito gera estresse é uma coisa, porém isso não limpa a barra de um posicionamento autoritário. Agora, imaginem o que ocorre no distrito deste promotor, quantos casos vão para o arquivo?  E reparem como ele utiliza o pronome possessivo “meu Tribunal”, revelando uma prepotência, pois, refere-se a uma instituição pública como sua propriedade particular.

Entretanto, qual é a novidade oriunda de alguém a serviço deste Estado que não passa de uma máquina de moer gente, mas que tipo de gente? Trabalhador, morador de periferia que acorda às 5h da manhã para pegar ônibus lotado, pagar um valor caríssimo por um serviço público péssimo.

E ainda querem retirar a legitimidade do ódio que leva ao protesto.

Aí vem à mídia oficial dizendo que teve quebradeira, dano ao patrimônio público, violência… desculpe a expressão, mas, “vão à merda!” Divulgar que na manhã de sexta havia gente desaparecida, presa e ferida, e que inclusive segundo nota do MPL até a data de hoje ainda tem gente presa, isso não fazem, e por quê?

Exatamente porque a sociedade está dividida em quem manda e quem obedece, e quando quem obedece se cansa e vai a luta, aí é reprimido, tratado como vândalo e deve morrer.

Alguma dúvida que a polícia e todo o sistema jurídico são aparatos de extermínio da população pobre a serviço do Estado?

Isso comprovou-se na ordem dada pelo promotor; só porque estava nervosinho no trânsito. Ora, como ele acha que estão quem é violentado todos os dias pelos serviços públicos sucateados? É válido lembrar também que é o povo quem paga o salário gordo que garante a ele não precisar pegar o metro, o busão e suportar a violência cotidiana do transporte público e de todos os outros serviços públicos que são uma grande merda.

 Logo abaixo a nota do MPL sobre compas que continuam presos.

No ato contra o aumento da passagem realizado no dia 06/06, houve divulgação de que 15 pessoas foram detidas, dessas, 6 manifestantes foram presos e mantidos na 78ª Delegacia de Polícia. Quatro deles se encontram em liberdade desde sexta-feira pela manhã, mediante o pagamento de fiança, duas no valor de um salário mínimo e duas no valor de 3 mil reais. Parte deste valor foi pago pelas famílias e, em parte, por fundos do Movimento Passe Livre. Outros dois continuam detidos apesar do MPL e da Conlutas terem levantado o dinheiro necessário para a fiança.

Isso se deve a um conjunto de fatos. Primeiramente, ao chegarmos na 78ª DP para pagar as fianças, os mesmos já haviam sido transferidos, para a 2ªDP. Desta forma, tivemos que nos dirigir ao Fórum da Barra Funda, porém não pudemos pagar a fiança pois a documentação da delegacia ainda não havia chegado ao Fórum. Às 18 horas de sexta-feira os papéis finalmente chegaram, mas não havia mais tempo para que as fianças fossem pagas.

Na segunda-feira(10/06)faremos o pagamento da fiança para libertar os presos e os advogados de confiança do MPL irão acompanhar os respectivos processos.

Acreditamos, no entanto, que nenhum destes problemas foi casual: nem a transferência, nem a demora dos documentos, nem os valores das fianças. Todo esse conjunto de empecilhos tem como objetivo atrasar o processo, mantendo os companheiros por mais tempo na cadeia – algo que não pode ser deixado de lado em hipótese alguma. Além disso, contribui para a criminalização de quem luta por uma cidade de e para todas as pessoas.

Marcha indígena, quilombola e camponesa começou hoje (3) e se dirige para Campo Grande/MT

Campo Grande/MS, 03 de junho de 2013

Marcha indígena, quilombola e camponesa começou hoje e se dirige para Campo Grande/MS

451_515638231838085_1006396021_nJORNADAS UNITÁRIAS DE LUTA EM MT: pela demarcação das terras indígenas e quilombolas, reforma agrária, contra o capital e pela soberania popular

Organizada pelos movimentos sociais populares de Mato Grosso do Sul, a marcha desde Anhanduí, 60 km de Campo Grande, se iniciou hoje de manha cedo com aproximadamente 1000 pessoas, dando inicio às Jornadas Unitárias de Luta em Mato Grosso do Sul.

9939_515638335171408_793639001_nA mesma se realiza num momento histórico e estratégico da luta dos Povos da Terra no MS, em que os indígenas e em especial o Povo Terena decidiram dizer basta às mentiras do Estado e Governo brasileiros, e à violência incentivada com o silencio conivente do Governo do Estado, inimigo declarado dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul.

401931_514895908578984_1814681889_nE, num momento em que os nativos somam mais um mártir na luta pela terra e território no Estado, com a morte do índio terena Oziel Gabriel, durante uma reintegração de posse na Terra Indígena Buriti, a semana passada.

A marcha dos Povos da Terra, junto com os estudantes, militantes de sindicatos, entidades e organismos de defesa dos direitos humanos, é para reivindicar a demarcação das terras indígenas, titulação e demarcação dos territórios quilombolas e exigir a reforma agrária que esta totalmente parada no Estado.

922747_514904668578108_277612198_nAlém disso, a marcha tem um caráter político de grande importância por conta que os movimentos sociais no Estado têm avançado num processo unitário importante, valorizando a unidade entre indígenas, camponeses e quilombolas, diretamente enfrentados ao agronegócio e latifúndio, à violência e a desterritorialização provocada pelo agro capital, sendo as principais vítimas os legítimos donos das terras nesta parte do país. O poder econômico e político, as transnacionais, o Governo Federal e Estadual, segundo os organizadores das Jornadas de Luta, têm usado como o argumento um império ideológico inserido em frases como: “os indígenas têm que se integrarem à economia nacional”, falácias como “o desenvolvimento não pode parar”; “reforma agrária já foi feita, agora precisa melhorar os assentamentos”, etc. Assim esse mesmo império, com os mesmos argumentos, defende o indefensável: uma “economia urbanoide” para esvaziar os campos e as terras e deixá-los nas mãos de investidores e invasores estrangeiros, das transnacionais da monocultura, dos agrotóxicos, e das financeiras agropecuárias. E pior de tudo isso é que esses pacotes devem avançar a qualquer custo, ainda se custar à própria vida, cultura e os modos peculiares de vida dos indígenas, camponeses e quilombolas, fundamentalmente. O Tribunal Popular da Terra, um dos organizadores da marcha tem sido um dos espaços mais importantes nos dois últimos anos desse processo de articulação, diálogo e unidade dos Povos da Terra no Estado.

A marcha que se iniciou hoje vai durar quatro dias, sendo que o objetivo, além de dar visibilidade à problemática fundiária no Estado, dará lugar para momentos de estudos e formação política dos participantes da marcha, que vem pela BR 163. Os movimentos sociais do campo entendem que a construção da unidade não é uma mera retórica de discursos e sim um processo que tem que ser construído e demonstrado sobre tudo na pratica se for verdadeira.

Fonte: Valdelice Veron

O caso das famílias no México 70 em São Vicente continua sendo protelado pelo Poder Público

Foto: Tribuna do povo de São Vicente.

Foto: Tribuna do povo de São Vicente.

O caso das famílias que perderam suas casas em um incêndio no México 70 em São Vicente continua sendo protelado pelo Poder Público, emperrado não se sabe ao certo; pela burocracia ou por falta de vontade política, o fato, é que as famílias continuam na Escola Lúcio Martins Rodrigues desde o dia 08 de maio e segundo informações o recurso para o Bolsa Aluguel de R$ 400,00 já está no cofre público da cidade, porém, ainda não foi liberado.

Enquanto isso as pessoas continuam na escola à espera de uma resolução que aponte alguma direção, pois, conversando com algumas pessoas, explicaram que estes R$ 400,00 contribuem sim, mas que locar uma casa não é tão simples assim, é necessário o adiantamento em depósito, (três meses adiantado) cheque calção, ou fiador, sem contar o constrangimento de que existe o preconceito em relação locar uma casa para uma família (sem recursos) que depende de um auxilio para pagar o aluguel, além de que, este auxilio é de apenas 8 parcelas, após isso, as famílias irão para casas que ficarão prontas segundo o Prefeito. (mais informações sobre essas questões de habitação divulgaremos)

Contudo, a maioria dos locadores exigem também um contrato de um ano de aluguel, traduzindo: qual a garantia? Se após oito meses quando expira o Bolsa Aluguel,  as casas não ficarem prontas? Como irão pagar este aluguel? Sendo que, hoje um puxadinho meia água (quarta e cozinha) custa até mais que este valor oferecido. Pois é, esta é uma negociação não tão simples e nem tão rápido, pois outro fator há se considerar é que toda a vida social muda, pois, quando se loca uma casa tem que se ponderar sobre localização devido escola, creche, trabalho, posto médico e acessibilidade, ou seja, há toda uma reorganização da vida que não se determina aleatoriamente a partir da chegada de um cartão de R$ 400,00.

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

Quem puder contribuir com as famílias, as informações que temos é que precisam de pessoas voluntárias aos fins de semana para ajudar na cozinha, e também para desenvolver atividades com as crianças, há pouco o que fazer e muitas crianças lá, então toda solidariedade é bem vinda, além da contribuição em alimento e principalmente para as crianças pequenas: leite em pó, mucilon, frauda e lenço umedecido (roupas há bastante, agradecem a todos que contribuirão)

Sugerimos que:

Foto: Rádio da Juventude

Foto: Rádio da Juventude

As pessoas compareçam e fortaleçam, mesmo que seja para bater um papo, socializar experiências, é com união popular que se transforma a realidade. Pois ficou nítido pela quantidade de contribuições que foram feitas, que uma sociedade organizada e solidária resolve seus problemas muito melhor que o Poder Público, pois, com a enorme quantidade de doações que houve, foi até redistribuído para o fundo social da cidade.

Toda força e solidariedade ao jornalista Ruy Sposati!

Neste último sábado, dia 18 de maio, o jornalista Ruy Sposati, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que estava trabalhando, cobrindo a reintegração de posse da fazenda que está dentro da Ti Buriti (que aguarda a boa vontade de Dilma para ser homologada) foi simplesmente “esculachado” e teve seus documentos e bens subtraídos pelo delegado da Polícia Federal do Mato Grosso numa ação arbitrária de extremo abuso de autoridade, que viola os direitos do artigo quinto da Constituição:

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

§ 1º – Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

§ 2º – É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

Art. 5º – (…) LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.

Infelizmente não é nenhuma novidade a forma truculenta como são tratados aqueles que não servem ao Estado e que se colocam em posição de enfrentamento – perseguidos, presos e mortos – porém, de forma alguma devemos continuar aceitando esta brutalidade promovida pelo Estado e efetivada pela polícia.

O Mato Grosso do Sul é um estado histórico de intenso conflito social entre fazendeiros do agronegócio, madeireiros e picaretas que por meio de violência, vêm promovendo o extermínio de comunidades indígenas que resistentemente lutam para defender seus territórios.

A mídia oficial pouco noticia as centenas de mortes de lideranças indígenas que vêm ocorrendo e quando produz algo, ao contrário de esclarecer, deturpa os fatos com matérias em que apresentam as comunidades indígenas como violentas que não respeitam as leis brasileiras e que vivem a ocupar terras de fazendeiros bonzinhos que tanto contribuem para a economia brasileira.

Há 500 anos.

Todas as formas de governo, sejam da “direita” ou da “esquerda”, que ascenderam ao poder, nada fizeram para resolver o conflito. A ditadura militar, por exemplo, contribuiu para intensificar o extermínio indígena, e consequentemente todos os outros negligenciaram e negligenciam essa questão, porque no fundo estão mais interessados no tal do desenvolvimento econômico sustentável (dependendo do tempo e espaço muda de nome, mais possui a mesma finalidade) que além de justificar, legítima por meio de leis de permitem e impossibilitam as demarcações das terras indígenas.

Por isso, diante desta configuração social, é de suma importância que instrumentos alternativos de comunicação produzam conteúdo contrainformativo, pois, a mídia oficial forma valores sociais que deturpam e criminalizam as lutas sociais e o que ocorreu no caso do jornalista demonstra claramente a intensificação de um Estado Policial cada vez mais forte que atuará descaradamente cerceando os direitos pétreos fundados na Constituição.

Manifestamos repúdio total ao que aconteceu com este companheiro de trincheira, toda força e solidariedade! Continuamos na luta com a consciência que o grande culpado é o Estado.

Sobre as terras Indígenas

A Terra Indígena Buriti foi reconhecida em 2010 pelo Ministério da Justiça como de posse permanente dos índios da etnia terena. A área, localizada entre Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia, foi delimitada em portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) e abrange 17.200 hectares. Após a declaração, o processo segue para a Casa Civil, para a homologação da presidência da República, o que ainda não foi feito.

Durante nove anos, as comunidades indígenas aguardaram a expedição da portaria declaratória. O relatório de identificação da área foi aprovado em 2001 pela presidência da Funai, mas decisões judiciais suspenderam o curso do procedimento demarcatório.

Em 2004, a Justiça Federal declarou, em primeira instância, que as terras pertenciam aos produtores rurais. A Funai e o Ministério Público Federal recorreram e, em 2006, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) modificou a primeira decisão e declarou a área como de ocupação tradicional indígena.

No entanto, os produtores rurais entraram com recurso de embargos de infringentes e conseguiram decisão favorável em junho de 2012.

Vídeo da Ação

Mercadante no Congresso de Municípios – Creches em 7 meses?

Em visita a Baixada Santista na semana passada durante o Congresso de Municípios (palanque eleitoral para 2014) o Ministro da Educação Aloísio Mercadante conseguiu se superar ao ser questionado sobre construções de mais escolas e creches na região, simplesmente respondeu que os pregões eletrônicos estão liberados, que não é necessária licitação e as Prefeituras já podem ir construindo parcerias com a inciativa privada, pois, o Governo Federal tem recursos e segundo o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) – sistema do Governo criado com intuito de garantir maior agilidade e maior eficácia na contratação do serviço público – irá resolver o problema da burocracia licitatória.

De modo que, assim que firmado o contrato com as empresas, elas terão um prazo de até cinco meses para entregar a creche C e sete meses para entregar a creche B. Então, basta a Prefeitura entrar no portal se cadastrar, ver quantas creches a cidade tem direito e estabelecer a parceria, com isso, até o fim deste ano pelo menos o problema das creches estarão resolvidos, sem contar a economicidade deste programa RDC.

Primeiro: interessante este regime RDC aprovado na Câmara, quer dizer além do escoamento do dinheiro público para empresas particulares, agora não é preciso nem lobby, vai ser mesmo uma farra do dinheiro público de forma descarada, mas diante da lei. (sendo que está lei foi criada pelo Governo Federal para agilizar as obras da Copa e das Olimpíadas, mas estendeu-se à realização de obras e serviços de engenharia no âmbito dos sistemas públicos de ensino).

Segundo: Creche em cinco… Sete meses? Quem acredita em papai Noel levanta a mão?Essa falácia beira a perversidade diante da realidade que vivemos na Baixada Santista com a insuficiência de creches e escolas para atender toda a população. E não é de hoje este problema, quem vive na pele esta situação sabe bem o tempo e o preço que tem que pagar, além de implorar para conseguir uma vaga num sistema público que trata a todos como se estivesse fazendo um favor, uma graça divina qual temos que ser eternamente gratos.

Falta tanto estrutura física quanto humana, e isso não se resolve da noite para o dia, é preciso ter interesse e boa vontade, e por partes dos representantes eleitos aqui da baixada, anda em falta, afinal, dinheiro tem! Está aí uma coisa que Sr Mercadante foi honesto, mas se este dinheiro irá se materializar em creches e escolas, aí não sabemos, pois sem organização popular com certeza todo esse dinheiro se diluirá em denúncias de corrupção de superfaturamentos, desvios e por aí vai…

A grande verdade é que este Congresso foi um pré-aquecimento das eleições do ano que vem, onde a esquerda e a direita se abraçaram e traçaram seus rumos, seus conchavos, suas alianças e seus negócios, porque a política hoje não se resume apenas na luta pelo poder, mas num grande jogo de interesses onde vale tudo até vender Royalties do Petróleo antes mesmo de ele sair de debaixo de 8 km de água e rocha longínquas. 

Ouça os áudios:

Sobre as creches

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Sobre os Royalties do Petróleo

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Apelo de solidariedade às famílias do assentamento Milton Santos

Reproduzimos abaixo comunicado do setor de comunicação do assentamento Milton Santos, que vive um momento delicado nos últimos dias. Como não poderia ser diferente, nos colocamos ao lado dos companheiros nessa luta.

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A comunidade do assentamento Milton Santos vive uma situação urgente e extremamente delicada.

O assentamento Milton Santos é uma comunidade consolidada há 7 anos, por 68 famílias que batalharam na luta pela reforma agrária e construíram suas casas e suas vidas mantendo plantação e produção de alimentos na região de Americana, São Paulo. No entanto, desde julho de 2012, os moradores do Milton Santos vêm sofrendo pressões para saírem das terras nas quais foram legalmente assentados pelo presidente Lula e pelo Incra, em 23 de dezembro de 2005.

Em meados do ano passado, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) foi intimado a cumprir uma reintegração de posse solicitada pela pela família Abdalla, antiga proprietária do terreno que teve parte de sua propriedade confiscada, na década de 1970,  por conta de dívidas que mantinha com o Estado. Ignorando o longo e doloroso processo de consolidação da comunidade de pequenos agricultores – que conta inclusive com apoio de diversos programas governamentais – o Desembargador Federal Luiz Stefanini autorizou a ordem de despejo.

Desde então, várias tentativas se seguiram no sentido de reverter a situação. Conversas com representantes do governo e ações de protesto foram realizadas, mas nenhuma delas trouxe a garantia que as famílias precisam para voltarem às suas vidas e continuarem a sua produção.

No início desse ano, no dia 09 de janeiro, o Incra foi oficialmente comunicado da decisão judicial, que estabelece o prazo de 15 dias para as famílias se retirarem do terreno. Conforme o documento, a partir do dia 24 de janeiro a ação de despejo pode ser executada com o uso da força policial. E, de acordo com o histórico da região, é muito provável que esta ação seja feita de forma altamente truculenta.

Os assentados não têm nenhuma alternativa, por isso prometem lutar até as últimas consequências para que possam continuar vivendo tranquilamente em suas casas, com suas plantações, na comunidade onde já estão há 7 anos e pela qual empenharam toda a vida. Por isso, reivindicam que a presidenta da república, Dilma Rousseff, assine o decreto de desapropriação da área por interesse social, a única medida que resolveria o problema de forma definitiva.

A situação no local é extremamente tensa. É urgente difundir o que está acontecendo com o assentamento Milton Santos e apoiar a luta dessas famílias que correm o risco de serem jogadas na rua a partir do dia 24 deste mês. Apelamos para que apoiadores da causa, jornalistas e observadores de direitos humanos voltem a sua atenção para o caso e não deixem que outra barbárie se repita.

Saiba mais sobre o caso:

www.assentamentomiltonsantos.com.br

http://www.facebook.com/AssentamentoMiltonSantos

 

Entre em contato pelo email:

assentamentomiltonsantos@gmail.com

Manifesto Guarani Kaiowá em Santos

Cerca de cinqüenta pessoas estiveram na praça da independência em Santos, neste último domingo dia 11 de novembro de 2012, manifestando-se em solidariedade a comunidade indígena Guarani Kaiowá. Faixas, cartazes e pinturas de protesto deram o tom do ato.

Frases de protesto como “Somos todos Guarani Kaiowá” embalaram a manifestação que seguiu da praça da independência até a orla da praia, onde os manifestantes começaram a convidar as pessoas que passavam pelo local para participarem e expressarem sua indignação em relação ao massacre que ocorre há quinhentos anos sobre as populações indígenas, e que nos últimos anos, tem se intensificado com a construção de hidroelétricas, barragens, ferrovias, especulação imobiliária, expansão do agronegócio e todo o modelo desenvolvimentista adotado pelos governos que passaram pela história do Brasil.

A organização do manifesto ocorreu de forma espontânea, sem que nenhum grupo específico o organizasse, apenas, foi disseminada a convocação para o ato solidário por meio das redes sociais como: twitter, bloggs e facebook. Resultado: estudantes, ativistas, militantes de diversas organizações sociais e simpatizantes que por ali passavam fizeram os seguintes apontamentos:

“Essa é uma realidade de quinhentos anos de massacre! Não podemos aceitar esses massacres calados, os povos indígenas são nossos irmãos”

“Não são somente os povos indígenas que estão sendo massacrados, são também as comunidades ribeirinhas, kilombolas, sem teto, sem terra […] a expansão desta política desenvolvimentista resulta em massacre de toda a população pobre […] A juventude da periferia está sendo exterminada”

“A construção de Belo Monte trará efeitos violentos tanto no aspecto ambiental, quanto social! Comunidades inteiras serão expulsas para a construção de uma hidroelétrica desnecessária que somente irá servir ao capital”

“Temos que nos organizar, unirmos forças! Aqui mesmo em nossa região, em São Vicente há uma aldeia Guarani (Paranapuã) onde essa comunidade está sendo dizimada pelo poder público […] E tantas outras em nosso litoral que estão sendo esmagadas, pois, o poder público, proíbe a construção de escolas indígenas, não permite o acesso de grupos solidários, e boa parte dos indígenas acabam tendo que buscar emprego nas cidades, nas feiras livres, ou na mendicância […] Na verdade, nossa região carece de uma organização popular que levante e faça o enfrentamento direto, porque problemas aqui não faltam. O que a copa do mundo irá trazer de beneficio para a população? Nada! O pré-sal? Nada!” e o que estamos fazendo? “A especulação imobiliária e a higienização social estão aí explodindo na nossa cara”

“A gente não pode se iludir mais com o voto, nem com nenhum tipo de governo, nós precisamos criar formas alternativas de produção e luta social […] Socializar os conhecimentos e fortalecer nossas quebradas, é na periferia que o bicho pega! Todos sabem algo: escrever, cantar, dançar… Propagar cultura para fortalecer com iniciativas, isso, na base popular é fundamental! Não adianta esperar por um messias, um líder, um salvador, façamos por nós com nossas próprias mãos!

Ao término dos apontamentos, o grupo que se encontrava em circulo discutindo muito mais questões que aqui registradas, naturalmente dispersou-se e alguns manifestantes ainda animados resolveram seguir em caminhada até a cidade vizinha de São Vicente, onde estava ocorrendo uma feira de artesanato (também na orla da praia) e lá levar as reivindicações e por fim encerrar o ato.

OBS: Podemos elencar de positivo no ato, a resistência deste grupo que num domingo de sol se propôs a discutir e a solidarizar-se com os Guaranis Kaiowá do Mato Grosso do Sul. Mas, também é preciso que essa energia produzida continue a crescer e a fortalecer as lutas sociais de forma solidária, livre e horizontal, para deste modo, transformar a realidade social, e isso, há de ser entendido como um compromisso popular que esteja além de bandeiras partidárias.